- Home
- Mercado financeiro
- Economia
- Bitcoin caminha para queda de 13% em agosto e ethereum recua 6% no mês
Bitcoin caminha para queda de 13% em agosto e ethereum recua 6% no mês
O bitcoin e o ethereum caminham para fechar o mês de agosto com quedas após o forte desempenho das criptomoedas em julho. O mês foi marcado pela melhora de alguns indicadores de inflação nos Estados Unidos, mas os investidores que enxergavam nisso uma esperança de que os bancos centrais fossem flexibilizar suas políticas monetárias se frustraram. O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, e o Banco Central Europeu (BCE) reforçaram suas posturas de tolerância zero com a inflação recentemente.
As sinalizações prejudicaram o mercado de renda variável como um todo, contaminando também as criptomoedas. No mês, o bitcoin cai 13,2% depois de ter subido 16,8% em julho, enquanto o ethereum tem queda de 6,4% após disparar 57,2% no mês anterior.
Hoje, por outro lado, o desempenho das criptomoedas é positivo, indo na contramão do que foi registrado pelas bolsas de valores dos EUA. Perto das 18h07 (horário de Brasília) o bitcoin subia 1,2% em 24 horas, a US$ 20.201, e o ether, moeda digital da rede ethereum, tinha alta de 1,1% a US$ 1.571, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas é de US$ 1,03 trilhão. Em reais, o bitcoin registra ganhos de 2,8% a R$ 105.302 e o ethereum avança 2,49% a R$ 8.196, de acordo com valores fornecidos pelo MB.
Em Wall Street, o índice Dow Jones caiu 0,88% a 31.510 pontos, o S&P 500 teve queda de 0,78% a 3.955 pontos e o Nasdaq, focado em empresas de tecnologia, recuou 0,56% a 11.816 pontos.
Segundo Ayron Ferreira, analista-chefe da Titanium Asset Management, o mercado segue muito sensível ao resultado de indicadores econômicos. Nesta quarta, foram divulgados nos EUA os números de criação de empregos no setor privado em julho, por meio do Relatório ADP. A maior economia do mundo gerou 132 mil novas vagas no período, bem abaixo da expectativa mediana dos economistas, que apontava para a criação de 300 mil empregos.
Ferreira lembra que o indicador é uma prévia do Relatório de Emprego (conhecido em inglês como Payroll) elaborado pelo Departamento de Trabalho dos EUA, que sai na sexta-feira (2). Para o analista, os dois dados são muito importantes, pois o emprego tem sido uma das esferas mais resistentes da economia americana, mas não necessariamente uma criação forte de empregos na sexta fará as bolsas subirem.
“Caso os dados de emprego venham mais fortes do que o esperado, poderemos ver uma piora do sentimento do mercado, pois reforçará a possibilidade de uma alta de 0,75 ponto percentual ou até mais agressiva na próxima reunião do [Comitê Federal de Mercado Aberto] Fomc”, avalia.
Em relação ao ethereum, José Artur Ribeiro, CEO da Coinext, diz que o cenário provável é de intensa volatilidade. “Notícias e especulações sobre o andamento da atualização da rede, ‘The Merge’, ainda podem forçar o preço para abaixo dos USD 1.500 até o dia do lançamento”, comenta.
Ribeiro argumenta que caso o processo seja concluído dentro do prazo e de forma bem sucedida, será visto um forte movimento de alta na moeda digital do protocolo. “Afinal, a troca de consenso deve trazer vantagens em escalabilidade, economia energética e segurança para a rede Ethereum, fatores que são essenciais para a maior utilização e, consequentemente, aumento da demanda pelo ativo. Pessoalmente, estou sentindo que a atualização será um sucesso e o preço deve alcançar novamente o patamar de US$ 2 mil nos próximos meses”, projeta.
Leia a seguir