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Bitcoin e ethereum têm perdas leves apesar de forte baixa em Wall Street
O bitcoin (BTC) e o ethereum (ETH) operam com leves baixas nesta quinta-feira (29), dia de fortes quedas nas bolsas de valores dos Estados Unidos após o dado de pedidos por seguro-desemprego vir em seu nível mais baixo em cinco meses.
Os pedidos por seguro-desemprego na maior economia do mundo somaram 193 mil na semana passada, abaixo dos 215 mil previstos pelos economistas. Isso mostra que o mercado de trabalho dos EUA está se fortalecendo mesmo com o aperto monetário promovido pelo Federal Reserve para conter a inflação, o que deve deixar o banco central dos EUA confortável para manter os juros elevados por mais tempo.
Além deste número, foi divulgado também a última leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no segundo trimestre, que registrou uma queda anualizada de 0,6%, em linha com as projeções dos economistas. O PIB dos EUA já havia recuado 1,6% no primeiro trimestre, o que deixa a atividade econômica do país em recessão técnica.
Perto das 17h17 (horário de Brasília), o bitcoin cai 1,0% em 24 horas, a US$ 19.415, e o ether, moeda digital da rede ethereum, tinha queda de 0,6% a US$ 1.335, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas é de US$ 979 bilhões. Em reais, o bitcoin tem leve baixa de 0,28% a R$ 104.481, enquanto o ethereum moderadas perdas de 0,18% a R$ 7.177, de acordo com valores fornecidos pelo MB.
Em Wall Street, bolsas de Nova York voltam a cair e revertem ganhos da quarta-feira; dólar também cai.
Segundo Israel Buzaym, head de comunicação da BitPreço, o bitcoin segue em movimento lateralizado que pode ser a tendência predominante deste segundo semestre. “Enxergamos o momento atual como oportunidade de acumulação de satoshis (frações de Bitcoin) para o próximo movimento de alta”, diz o especialista.
“Ao investidor que já faz aportes em criptomoedas sugerimos que tenha cautela, sem exagerar na exposição às criptomoedas investindo apenas parte do capital disponível, por causa da grande volatilidade”, sugere.
Buzaym comenta ainda que uma notícia interessante, mas que não fez preço, é que a empresa de software e inteligência de negócios Microstrategy fez um novo aporte de US$ 6 milhões, atingindo 130 mil bitcoins em carteira.
Isac Honorato, especialista em criptoativos da Foxbit, destaca usando análise técnica que o bitcoin está em uma região de consolidação conhecida como “caixote”, utilizada por traders de curto prazo como os scalpers (operadores que buscam obter ganhos com variações mínimas de preço nos ativos).
“Quem faz DCA (dollar-cost averaging, também conhecido como estratégia de preço médio), a modalidade de acumular ativos de forma periódica, sem condicionar fatores como preço, também consegue manter constância de acumulação em uma região consolidada”, aponta.
Honorato também cita como interessante o fato que entre as sete criptomoedas mais valiosas do mundo em valor de mercado quatro são stablecoins, ou seja, moedas digitais cujo preço está atrelado a alguma moeda fiduciária tradicional como dólar, euro, iene, real etc. “Além de serem bastante utilizadas para transações rápidas e com taxas muito baixas se comparadas às transferências bancárias, as stablecoins servem também como estratégias de acumulação para futuros aportes em pontos específicos dos investidores, e para se proteger da volatilidade quando ela não está de acordo com a estratégia do investidor.”
Para Honorato, isso significa que está havendo transferência de dinheiro físico para o mundo digital. “Isso já chegou aos olhares dos maiores governos mundiais, que apelam para a regulamentação desse ecossistema, o que mostra claramente o incômodo ao notarem esse crescimento e a “perda” de poder silencioso.”
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