Bitcoin tem leve alta e acumula ganhos de 2,6% em 7 dias apesar de preocupações com Tether

Na próxima semana, as atenções continuarão voltadas aos desdobramentos e investigações do caso FTX

Foto: Kanchanara/Unsplash
Foto: Kanchanara/Unsplash

O bitcoin (BTC) e o ethereum (ETH) operam em alta nesta sexta-feira (2), acumulando valorizações de 2,6% e de 7,4% respectivamente cada uma das criptomoedas. No radar, o dia de hoje foi marcado por uma continuidade da recuperação do mercado cripto apesar de preocupações com os empréstimos realizados pela stablecoin Tether (USDT). Na próxima semana, as atenções continuarão voltadas aos desdobramentos e investigações do caso FTX, enquanto a agenda de indicadores fica esvaziada.

Segundo Lucca Benedetti, analista do MB, a alta das moedas digitais esta semana reflete uma percepção de que talvez o pior tenha ficado para trás em relação aos efeitos da quebra da corretora de Sam Bankman-Fried. “De forma geral, estamos otimistas para o mês de dezembro. Se o dado de inflação dos EUA no dia 13 for positivo e a decisão de juros do Federal Reserve no dia 14 também, podemos esperar um rali neste mês”, afirma.

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Para ele, o assunto principal continuará sendo a FTX, ao passo que surgiram no cenário temores em relação ao wBTC, que opera dentro da rede Ethereum. “A custódia é feita pela Bitgo, que não dá transparência sobre suas reservas, motivo por que o preço do wBTC se descolou do valor do bitcoin”, lembra.

Na semana que vem, na opinião do analista, será importante olhar para a SushiSwap, cujo novo CEO está elaborando uma atualização do tokenomics (modelo pelo qual os tokens sustentam um projeto) e para a Maple Finance, que permite tomar empréstimos não colateralizados e está elaborando a versão 2.0 de seu protocolo.

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Do lado macro, nos próximos dias, os principais eventos que podem fazer preço de alguma forma são o discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, no domingo (4), às 22h45 (horário de Brasília) e as divulgações do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre da zona do euro e do Japão na quarta-feira (7) às 7h e às 20h50. Também sai na quarta a balança comercial da China relativa a novembro. Na quinta (8), saem o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) e o Índice de Preços ao Produtor (PPI) da China, ambos às 22h30.

Perto das 18h06, o bitcoin sobe 0,5% em 24 horas, cotado a US$ 17.017, e o ether, moeda digital da rede ethereum, avança 1,6% a US$ 1.293, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo é de US$ 896 bilhões. Em reais, o bitcoin tem alta de 1,49% a R$ 89.562 e o ether tem ganhos de 2,1% a R$ 6.789, de acordo com valores fornecidos pelo MB.

Em Wall Street, o índice Dow Jones teve leve alta de 0,1% a 34.429 pontos, o S&P 500 registrou leve variação negativa de 0,12% a 4.071 pontos e o Nasdaq, focado em empresas de tecnologia, teve baixa de 0,18% a 11.461 pontos.

Sobre a rede de empréstimos do Tether, Benedetti comenta que a stablecoin sempre é alvo de preocupações quando há alguma crise no mercado cripto. “A verdade é que a transparência das reservas do Tether tem melhorado muito nos últimos anos, publicando auditorias de terceiros e fazendo um esforço para reduzir o papel comercial dentro das suas reservas, usando principalmente títulos do tesouro americano. Não vejo por enquanto riscos de uma corrida aos bancos do Tether”, aponta.

A polêmica começou com uma reportagem do “Wall Street Journal” segundo a qual a rede tem emprestado cada vez mais de sua própria criptomoeda para clientes. De acordo com a notícia, não haveria como garantir que esses empréstimos da Tether seriam pagos, o que poderia acarretar em uma corrida de saques. No limite, a stablecoin poderia colapsar assim como ocorreu com a Terra/Luna no começo do ano.

Em nota, a Tether afirmou que possui uma política de empréstimos “muito conservadora” e com uma chamada de margem eficaz. “A Tether não está comprando nenhum empréstimo em dificuldades de empresas com problemas financeiros, e sim oferecendo uma facilidade sobrecolateralizada aos clientes elegíveis enquanto controla as garantias”, destaca a nota.

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