Bitcoin registra sua pior perda trimestral em mais de uma década
No final da tarde desta quinta-feira o bitcoin registrava baixa de 58% de seu valor no segundo trimestre de 2022, a pior queda trimestral em mais de uma década
A maior criptomoeda do mundo perdeu cerca de 58% de seu valor no segundo trimestre de 2022, segundo dados da CryptoCompare. A informação tem como horário base o fechamento das bolsas de Nova York. O Bitcoin caiu de US$ 45.524 no início do trimestre e estava sendo negociado pouco abaixo de US$ 19.000 no final da tarde desta quinta-feira, último dia do trimestre, de acordo com dados da CoinDesk.
Este é o pior desempenho trimestral do bitcoin desde o terceiro trimestre de 2011, quando perdeu 68,1% de seu valor. O Bitcoin caiu 39,8% em junho e está a caminho do pior mês desde 2010, quando ficou disponível nas exchanges, mostram dados da Coin Metrics.
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Enquanto isso, o ether caiu 69,3% no segundo trimestre e está a caminho do pior trimestre já registrado, desde o início em 2015, de acordo com dados da Coin Metrics.
Os preços das criptomoedas estão sob intensa pressão neste trimestre em meio à inflação desenfreada que fez com que os bancos centrais de todo o mundo aumentassem as taxas de juros e levou a uma liquidação de ativos de risco, como ações e moedas digitais.
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A queda nos preços também expôs problemas com várias empresas e projetos de criptomoedas, particularmente aqueles no espaço de empréstimos e empresas altamente alavancadas.
Embora a fraqueza no setor de ativos digitais seja parte de um efeito manada de pessoas em busca de ativos menos voláteis, a confiança no mercado de criptomoedas foi abalada nas últimas semanas. Isso acontece também à medida que grandes plataforma de criptoativos enfrentam crises de solvência.
Em maio, o popular projeto de stablecoin atrelado ao dólar americano UST – e seu irmão token luna – implodiu, registrando uma perda coletiva de US$ 60 bilhões. No início de junho, a empresa de empréstimos Celsius, que prometia aos usuários altos rendimentos por seus depósitos em moeda digital, interrompeu os saques para os clientes, citando “condições extremas de mercado”.
Na segunda-feira, o fundo de investimentos em criptomoedas Three Arrows Capital deixou de pagar um empréstimo no valor de mais de US$ 670 milhões. Tudo isso ocorre em meio a uma onda de demissões em todo o setor de criptomoedas, incluindo a Coinbase, cujas ações caíram cerca de 40% em junho, marcando seu quarto mês consecutivo com desempenho negativo.
Na última década, o bitcoin passou por dois períodos prolongados de preços deprimidos, antes de se recuperar posteriormente. No último ‘inverno cripto’ de 2018, o bitcoin perdeu mais de 80% de seu valor antes de se recuperar, eventualmente subindo para seu pico de novembro de 2021 de cerca de US$ 69.000.
Mas uma nota do Bank of America (Bofa) na quarta-feira (29) acrescentou um toque de pessimismo ao mercado de criptoativos. Analistas do Bofa apontaram dados indicando que os consumidores dos EUA estão mais cautelosos com o mercado de criptomoedas. Os dados de clientes internos mostram um declínio de mais de 50% no número de usuários ativos em criptomoedas, de seu pico de mais de 1 milhão de usuários em novembro de 2021, para menos de 500.000 em maio, disse o banco à CNBC.
Com a desvalorização dos criptoativos, mais de US$ 2 trilhões foram apagados dos mercados de criptomoedas em questão de meses, segundo o The Wall Street Journal. Os maiores prejudicados foram os investidores pessoa física que acreditaram em projetos de criptomoedas anunciados como investimentos seguros.
Entre 2020 e 2021, o valor de mercado do setor de criptomoedas saltou de cerca de US$ 200 bilhões para um pico de US$ 3 trilhões em novembro passado, de acordo com a CoinMarketCap. Os preços caíram no final de 2021, estabilizaram no primeiro trimestre de 2022 e caíram novamente. No segundo trimestre, o valor de mercado da criptomoeda caiu 56%, de cerca de US$ 2,04 trilhões para cerca de US$ 890 bilhões.
Ainda assim, muitos entusiastas do bitcoin esperam outro renascimento e estão comprando no que eles antecipam que serão recordes de baixa.