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BNP Paribas indica pressão inflacionária ‘por todos os lados’ e vê Selic a 14,25% ao ano
O processo de convergência da inflação para a meta deve demorar mais para acontecer, na medida em que os preços de energia, bens industriais e alimentação no domicílio devem exercer pressões altistas sobre a inflação neste ano. E é com base nesse cenário que o BNP Paribas elevou sua projeção para o IPCA deste ano de 7% para 8,5%, nível bastante superior ao teto da meta (5%), ao mesmo tempo em que manteve inalterada a estimativa para o IPCA de 2023 em 4,5%.
“Os canais de transmissão de preços se tornaram mais fortes. Por isso revisamos nossa projeção de inflação de 2022 para cima”, dizem os economistas Gustavo Arruda e Laiz Carvalho em relatório enviado a clientes. De acordo com os profissionais do BNP, as pressões inflacionárias estão “por todos os lados”. Eles acreditam que o IPCA deve atingir o pico em abril, ao subir para 11,6%, mas ressaltam que, apesar da incerteza que ronda o cenário, “a trajetória de alta dos preços vai persistir”.
Nesse contexto, Arruda e Carvalho acreditam que o Banco Central deverá entregar novos aumentos na Selic à frente. O BNP Paribas, agora, espera que o juro básico seja elevado em 1 ponto percentual em maio, em 1 ponto em junho e em 0,5 ponto em agosto. Assim, a Selic encerraria o ciclo em 14,25%, nível a ser mantido ao menos até o fim do ano, nas projeções do banco francês. Antes, a expectativa era de que a taxa chegaria a 13,25%. Já em relação a 2023, o BNP manteve inalterada a projeção para a Selic em 10,5% no fim do ano.
Em seu cenário básico, os economistas do BNP Paribas acreditam que a Petrobras irá aumentar os preços da gasolina e do diesel em 10% nos próximos meses. Além disso, os profissionais elevaram a projeção para a inflação de alimentação no domicílio de 10,2% para 13,8% diante de expectativas de aumentos nos preços de proteínas, soja, milho e de suas cadeias. Quanto às cadeias de suprimentos globais, o BNP acredita que as tensões entre Rússia e Ucrânia e a política chinesa de “zero covid” irão postergar a resolução da quebra das cadeias.
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