Bolsas da Europa caem com temores de recessão e maior aperto monetário

Bolsas europeias fecharam em queda acentuada nesta quinta-feira

Bolsa de Frankfurt, na Alemanha (Foto: divulgação)
Bolsa de Frankfurt, na Alemanha (Foto: divulgação)

As bolsas europeias fecharam em queda acentuada nesta quinta-feira, pressionadas pelos temores sobre o ritmo de aperto monetário dos bancos centrais, ao mesmo tempo em que os dados europeus indicam uma deterioração significativa da economia europeia.

Após ajustes, o índice Stoxx Europe 600 fechou em queda de 1,80%, a 407,66 pontos. O FTSE 100, índice de referência da bolsa de Londres, caiu 1,86%, a 7.148,50 pontos, enquanto o DAX, de Frankfurt, recuou 1,60%, a 12.630,23 pontos, e o CAC 40, de Paris, cedeu 1,48%, a 6.034,31 pontos. Em Milão, o FTSE MIB recuou 1,19%, a 21.302,16 pontos, e o Ibex 35, de Madri, caiu 1,02%, a 7.806,00 pontos.

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As bolsas do velho continente operam em queda desde o começo da sessão, em meio aos temores de aperto monetário, tanto por parte do Banco Central Europeu (BCE) quanto do Federal Reserve (Fed). Mas a divulgação de dados divergentes entre os dois lados do Atlântico fizeram com que os mercados acionários europeus ampliassem as perdas.

Na zona do euro, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de agosto foi o menor desde junho de 2020, caindo para 49,6. Este é o segundo mês consecutivo em que o PMI industrial da zona do euro ficou abaixo da marca de 50,0, revelando a deterioração das condições da indústria e elevando os temores de que o aperto monetário do BCE jogue a economia europeia em recessão.

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Nos EUA, enquanto isso, o PMI do setor industrial do Instituto para Gestão de Oferta (ISM) ficou em 52,8 em agosto, permanecendo estável em relação à leitura anterior e contrariando a expectativa de consenso, que era de queda a 51,8 no período. O dado positivo eleva os temores de que a saúde da economia americana abre mais espaço para que o Fed continue elevando agressivamente os juros.

A atenção dos investidores se volta agora para os dados do payroll americano de agosto, amanhã, que pode trazer mais sinais de que a economia americana segue saudável. A expectativa é de que o relatório indique a criação de 318 mil. Na semana que vem, os investidores aguardam a decisão de política monetária do BCE, na quinta-feira.

“Em tempos mais normais, os investidores desejam ver um mercado de trabalho forte – mais vagas de trabalho e desemprego mais baixo – como um reflexo de uma economia vibrante. No entanto, com a oferta de mão-de-obra escassa, a inflação preocupantemente elevada e o Fed reiterando uma postura ‘hawkish’ [favorável a mais aperto monetário], as pessoas estarão focadas quase exclusivamente nos impactos dos dados para a inflação”, diz Jonathan Golub, estrategista-chefe do Credit Suisse, em nota.

A maioria dos setores do Stoxx 600 fecharam no vermelho hoje, com destaque negativo para as ações de energia, que recuaram 2,56%, acompanhando as perdas dos preços do petróleo. Já o setor de produtos e serviços ao consumidor caíram 1,57%, em meio aos temores de recessão na Europa. O setor bancário, de maior peso no índice pan-europeu, caiu 1,71%.

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