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Bolsas da Europa retomam onda de vendas um dia após intervenção do Banco da Inglaterra
As bolsas europeias fecharam em queda nesta quinta-feira, conforme os efeitos da intervenção de ontem do Banco da Inglaterra passam e os índices do continente retomam a onda de vendas recente, em meio aos temores de recessão econômica.
Após ajustes, o Stoxx Europe 600 fechou em queda de 1,67%, a 382,89 pontos. O FTSE 100, índice de referência da bolsa de Londres, recuou 1,77%, a 6.881,59 pontos, enquanto o DAX, de Frankfurt, caiu 1,71%, a 11.975,55 pontos, e o CAC 40, de Paris, cedeu 1,53%, a 5.676,87 pontos. Em Milão, o FTSE MIB fechou em queda de 2,40%, a 20.352,98 pontos, e o Ibex 35, de Madri, recuou 1,91%, a 7.300,10 pontos.
As bolsas europeias conseguiram uma recuperação parcial dos tombos recentes ontem, depois que o Banco da Inglaterra (BoE) anunciou uma intervenção no mercado de títulos britânico por meio da compra de títulos de 20 anos ou mais em leilões semanais entre 28 de setembro e 14 de outubro, para “restaurar a ordem das condições do mercado”.
A intervenção foi uma resposta à forte instabilidade nos mercados financeiros desencadeada pelo anúncio do ministro das Finanças do Reino Unido, Kwasi Kwarteng, de um plano para executar os maiores cortes tarifários desde 1972 na sexta-feira passada, que foi amplamente criticado por ser insustentável para as finanças públicas do país. De acordo com cálculos do ministério, o plano custará 19,2 bilhões de libras apenas em 2022 e 161 bilhões ao longo dos próximos cinco anos.
A ação foi bem recebida, mas os efeitos começam a passar hoje, mas o alívio está se mostrando temporário, com as ações voltando a recuar hoje. Em nota, a AXA Investment Managers diz que “a operação do BoE compra tempo ao governo britânico para reavaliar a política fiscal”, mas que a Conferência do Partido Conservador – que controla o Parlamento britânico – será o próximo teste para a reação do governo. Caso ele falhe neste teste, “os mercados britânicos de ativos devem voltar a ficar sob pressão”.
Entre os dados econômicos, o índice de preços ao consumidor (CPI) da Alemanha apontou uma alta de 10,0% em setembro, indicando uma aceleração na comparação com a alta de 7,9% de agosto e superando a expectativa de consenso, que era de alta de 9,5% no período.
De madrugada, a Comissão Europeia divulgou o índice de confiança do consumidor da zona do euro, que se manteve em linha com a leitura preliminar de setembro e registrou -28,8, a leitura mais baixa desde o início da série histórica do indicador, em 1985.
Os mercados também acompanham a situação dos vazamentos de gás nos gasodutos Nord Stream. Ontem, a guarda costeira da Suécia descobriu um quarto vazamento e a União Europeia (UE) acredita na possibilidade de que uma sabotagem é a razão dos vazamentos.
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