Bolsas de NY operam em alta com retomada das negociações entre Rússia e Ucrânia
O relativo otimismo com as tratativas pressiona os preços do petróleo e das ações de energia, que recuam 3,24% hoje, na ponta negativa do S&P 500
Os índices acionários de Nova York operam em alta no começo da sessão desta terça-feira, com os investidores demonstrando um relativo otimismo em relação à retomada das negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia, enquanto os investidores observam os rendimentos dos títulos do Tesouro americano (Treasuries), que ameaçam soar um sinal técnico de recessão.
O Dow Jones operava há pouco em alta de 0,64%, a 35.179,51 pontos, enquanto o S&P 500 sobe 0,49%, a 4.597,50 pontos, e o Nasdaq avança 0,76%, a 14.463,14 pontos.
Os três índices estendem os ganhos anotados ontem, quando receberam suporte dos comentários do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que disse que o seu governo está pronto para declarar neutralidade, desistindo da ideia de aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e prometendo não desenvolver armas nucleares, se a Rússia retirar suas tropas do país.
Hoje, as ações recebem apoio após informações da agência estatal russa Tass de que o Ministério da Defesa da Rússia teria dito que pretende “reduzir drasticamente” as operações militares contra as cidades ucranianas Kiev e Chernihiv, enquanto os dois países retomam as negociações na Turquia.
O relativo otimismo com as tratativas pressiona os preços do petróleo e das ações de energia, que recuam 3,24% hoje, na ponta negativa do S&P 500. O contrato do petróleo Brent para junho estende as perdas de ontem e opera em queda de 4,73%, a US$ 104,31 por barril, acumulando queda de mais de 10% nas duas últimas sessões. Já o contrato do WTI para maio recua 4,86%, a US$ 100,81 por barril.
Nove dos onze setores do S&P 500 operam em terreno positivo, mas nenhum deles com ganhos de mais de 1%. Na ponta positiva do índice amplo de Wall Street, as ações de serviços de comunicação sobem 0,92%, seguidas por altas de 0,90% do setor imobiliário e de 0,84% do segmento de tecnologia.
Os investidores seguem atentos também aos rendimentos dos Treasuries, com o yield dos papéis de dois anos ameaçando superar o do papel de dez. O movimento de yields de títulos mais curtos superando os dos papéis longos, conhecido como uma inversão da curva de rendimentos, pode sinalizar uma recessão futura.
“Houve mais inversões da curva de rendimentos do que recessões, mas todas as vezes em que houve uma recessão você pode encontrar uma inversão da curva de rendimentos”, disse Altaf Kassam, chefe de estratégia de investimento na State Street Global Advisors, à “Dow Jones Newswires”.
O rendimento do Treasury de dez anos recua hoje a 2,402%, de 2,477% do fechamento de ontem, enquanto o do papel de dois anos cai a 2,344%, de 2,384%. O rendimento da T-note de cinco anos já fechou ontem acima do yield de 30 anos, a 2,563% e 2,550%, respectivamente, e já opera acima do de dez anos desde o dia 21 de março.
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