Ibovespa opera no menor patamar desde novembro de 2020 com temores de recessão global e riscos fiscais

Investidores acompanham cena política e monitoram movimento das ações e commodities no exterior

Bolsa de Valores de Nova York - Foto: Brendan McDermid/Reuters
Bolsa de Valores de Nova York - Foto: Brendan McDermid/Reuters

O Ibovespa não resiste a uma nova sessão contaminada por pressões externas, de recessão, e internas, de incertezas fiscais, e registra queda firme nesta terça-feira. O índice doméstico opera no patamar dos 96 mil pontos, algo que não ocorria desde novembro de 2020.

Às 12h50, o referencial local tinha queda de 1,77%, aos 96.860 pontos, tocando os 96.499 pontos na mínima intradiária e os 98.608 pontos na máxima. O volume financeiro negociado até o momento foi de R$ 7,5 bilhões, com projeção de alcançar um giro de R$ 18,4 bilhões ao fim do dia. Lá fora, o S&P 500 cedia 1,58%, Dow Jones perdia 1,81% e Nasdaq tinha queda de 0,31%.

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No mercado de câmbio, o dólar comercial subia mais de 1% e chegou a R$ 5,40 na máxima.

“A perspectiva de recessão continua sendo marcada pelo cenário de elevação de juros das principais economias do mundo. O mercado ainda não entendeu se a demora dos BCs para se posicionar vai fazer com que a luta contra a inflação leve a uma recessão ou se o problema é realmente a alta nos preços. Enquanto não há uma direção concreta, os mercados devem continuar se comportando dessa maneira”, diz Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

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Nessa linha, os preços do petróleo despencaram no fim da manhã refletindo a sessão negativa do mercado e depois que um relatório do Citi indicou que os preços da commodity podem cair para um valor de US$ 65 por barril ainda este ano se uma recessão atingir o globo na segunda metade de 2022. Segundo os analistas, os preços recuariam ainda mais, para US$ 45 o barril, até o fim de 2023 se os países exportadores não realizarem uma intervenção para reduzir a oferta.

Eles afirmam que as recessões tendem a reduzir a demanda por commodities e, na crise de 2007/2008, os preços do petróleo atingiram um pico de mais de US$ 160 por barril e depois caíram para um nível abaixo de US$ 40. Os preços acabaram subindo para cerca de US$ 90 e ficaram neste patamar por quatro anos.

Assim, PetroRio ON caía 4,08%, 3R Petroleum ON cedia 2,32% e Petrobras ON e PN recuavam 5,34% e 4,70%, respectivamente. Ainda entre as blue chips do índice, Vale ON perdia 2,14%, CSN ON -3,55%, Usiminas PNA recuava 1,06%, Gerdau PN declinava 3,02%, Itaú PN tinha desvalorização de 1,59% e Bradesco PN diminuía 1,23%.

Localmente, os investidores seguem se debruçando sobre a PEC dos Benefícios, que tinha custo fiscal calculado em R$ 41,25 bilhões quando foi aprovada pelo Senado, mas poderá ter impacto maior na Câmara. Ontem, o relator da proposta na casa, o deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), sugeriu alterar o projeto para incluir um auxílio a motoristas de aplicativo de transporte, o que poderia elevar o custo para perto de R$ 50 bilhões.

Os temores de contaminação das contas públicas provoca, adicionalmente, nova sessão de abertura da curva de juros, provocando impacto adicional nos ativos ligados à economia local. Locaweb ON cedia 6,39%, CVC Brasil ON perdia 3,82%, Positivo ON recuava 2,86% e Cielo ON caía 2,84%. Azul PN e Gol PN tombam 4,05% e 5,65% após o Goldman Sachs cortar os preços-alvo do setor por pressões nos preços dos combustíveis.

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