Bolsas em NY fecham em queda com menor entusiasmo sobre Ucrânia e Rússia
Os três principais índices acionários de Wall Street terminaram a sessão desta quarta-feira no vermelho
Os três principais índices acionários de Wall Street terminaram a sessão desta quarta-feira no vermelho, diante de um arrefecimento no otimismo acerca do progresso nas negociações entre a Rússia e a Ucrânia. Houve também alguma realização de lucros dos ganhos dos últimos pregões, com o setor de energia, ao contrário do que aconteceu nos últimos dias, se destacando diante da alta dos preços do petróleo, enquanto o de consumo discricionário foi o segmento mais penalizado.
Ao fim da sessão, o índice Dow Jones terminou em queda de 0,19%, a 35.228,81 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 0,63%, a 4.602,45 pontos, e o Nasdaq caiu 1,21%, a 14.442,28 pontos. O setor de energia liderou os ganhos entre os setores do S&P 500, fechando em alta de 1,17%. O movimento ocorreu em uma sessão marcada pelo avanço dos preços do petróleo, que subiram 3,4% no dia, seja no contrato Brent (junho) ou WTI (maio). As ações da Exxon Mobil subiram 0,73%.
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Na ponta das perdas, o setor de consumo discricionário foi o mais penalizado no dia, com recuo de 1,51%. A empresa que registrou a maior perda entre todas as que compõem o S&P 500, a PVH (dona das marcas Tommy Hilfiger e Calvin Klein), pertence a este grupo, fechando em queda de 6,58%. A retração ocorreu após as projeções da marca saírem mais fracas do que o esperado, apesar de os resultados trimestrais superarem as expectativas. O banco Credit Suisse cortou sua estimativa para o valor das ações para US$ 112, de US$ 145.
Com a proximidade do fim de março, os índices de ações em Nova York caminham para registrar perdas neste primeiro trimestre do ano, mas devem terminar março com sólidos ganhos após um rali nas últimas semanas. Ainda assim, estrategistas e investidores avaliam que a recuperação é frágil. “Parece que os mercados ainda estão tentando digerir o rali que viram desde que a Rússia invadiu a Ucrânia”, disse Jake Manoukian, chefe de estratégia de investimento dos EUA do J.P. Morgan. “Muitos investidores estão um pouco confusos em relação a onde está o mercado de ações”, afirmou à “Dow Jones Newswires”.
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Hoje o dólar no exterior seguiu fraco, com o índice DXY operando em queda de 0,60% perto das 17h15. Já o rendimento da T-note de dez anos operava a 2,347%, de 2,400% da última sessão, permanecendo ainda acima do yield do título de dois anos. Diante disso, hoje o ouro voltou a ser refúgio do investidor cauteloso, fechando em alta de 1,09%, a US$ 1.939 a onça-troy.
A sessão foi marcada pela divulgação de dados de emprego no setor privado dos EUA. Os números somaram 455 mil postos gerados, bem próximo da linha projetada por economistas consultados pelo “The Wall Street Journal”. O economista sênior para os EUA da Capital Economics, Andrew Hunter, lembra que o relatório da ADP não provou ser um “direcionador útil” ao relatório oficial de emprego (payroll), que sai na sexta-feira. “Mas reflete a mensagem bastante otimista de outros indicadores”, pondera. “Dito isso, com o crescimento do PIB parecendo ter desacelerado para apenas cerca de 1,5% na taxa anualizada no primeiro trimestre [deste ano] e os sinais de que a tendência de alta na geração de vagas ter se estabilizado, há a suspeita de que o crescimento do emprego tenderá a cair em breve”, afirmou.
Já a terceira leitura do Produto Interno Bruto (PIB) americano indicou um ajuste para alta de 6,9%, ante um avanço de 7% da leitura anterior. O índice de preços PCE – preferido pelo Federal Reserve -, porém, foi revisado para cima, em alta de 6,4%, de 6,3% da leitura anterior.