Bolsas em NY fecham em queda diante de avanço dos rendimentos de títulos do Tesouro; Dow Jones fica estável

Os principais índices acionários de Wall Street terminaram a sessão desta segunda-feira no vermelho

Bolsa de Nova York, localizada em Wall Street - Foto: Robb Miller/Unsplash
Bolsa de Nova York, localizada em Wall Street - Foto: Robb Miller/Unsplash

Os principais índices acionários de Wall Street terminaram a sessão desta segunda-feira no vermelho. O movimento ocorreu após a reunião entre representantes ucranianos e russos não alcançar um acordo concreto e também diante do forte avanço dos rendimentos (yields) dos títulos do Tesouro americano, às vésperas da decisão de política monetária pelo Federal Reserve (Fed).

O índice Dow Jones terminou a sessão em estabilidade, a 32.944,78 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 0,74%, a 4.173,11 pontos, e o Nasdaq caiu 2,04%, a 12.581,22 pontos. Entre os índices setoriais do S&P 500, o melhor desempenho ficou com o segmento financeiro, em alta de 1,25%. O setor se beneficia do avanço forte dos rendimentos dos títulos do Tesouro. Próximo das 17h, o yield da T-note de dez anos operava a 2,135%, de 2,006% do último fechamento. Com isso, as ações do Wells Fargo cresceram 2,87% na sessão, enquanto as do Bank of America subiram 2,13%.

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Em relatório divulgado nesta segunda-feira, John Higgins, economista da Capital Economics, afirmou que as ações dos EUA podem continuar tendo desempenhos baixos, se comparado com o resto dos outros mercados desenvolvidos, mesmo que ocorra um abrandamento na crise Rússia-Ucrânia. Higgins afirma que os setores de tecnologia, consumo discricionário e serviços da comunicação se beneficiaram muito na pandemia com o recuo dos rendimentos dos títulos do Tesouro. No fim do ano passado, com a sinalização de que o Fed daria início ao aperto monetário, os yields voltaram a subir, o que penalizou esses setores. Porém, a guerra na Ucrânia limitou o avanço dos yields, mas isso “não se traduziu em um desempenho renovado a tais setores”.

“O desempenho superior das ações nos EUA nos estágios iniciais da guerra parece ter sido impulsionado por uma visão de que o resto do mundo desenvolvido estaria mais exposto ao conflito”, ainda segundo o economista. “As esperanças de um avanço nas negociações entre a Rússia e a Ucrânia viram, portanto, as ações dos EUA apresentarem um desempenho inferior hoje.” Vale lembrar que na Europa, as principais bolsas terminaram a sessão com ganhos e o índice Stoxx 600 fechou em alta de 1,20%.

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Depois do setor de energia, o mais penalizado da sessão devido à queda brusca dos preços do petróleo (ambos os contratos WTI e Brent fecharam em queda superior a 5%), hoje os três setores indicados pelo economista seguiram como os mais abatidos. Tecnologia caiu 1,90%, serviço de comunicação perdeu 1,81% e consumo discricionário recuou 1,75%.

Entre as ações, o destaque fica com as da empresa de dados Nielsen, com ganhos de 30,55%. Hoje, o “The Wall Street Journal” informou que um grupo de companhias de private equity, incluindo a Elliott Management, está em negociações avançadas para comprar a empresa por cerca de US$ 15 bilhões, incluindo dívidas. Na ponta das perdas, Occidental Petroleum e da Chevron recuaram 4,06% e 2,45%, respectivamente, após o banco Morgan Stanley rebaixar as ações das companhias.

Hoje, as ações receberam pressão ainda do novo surto de covid-19 na China, que ameaça criar novos entraves para as cadeias globais de abastecimento, que alimentam, por sua vez, a pressão inflacionária entre as principais economias. A China anunciou novas restrições para conter o maior surto da doença desde o início da pandemia, interrompendo as operações de empresas como a Foxconn – umas das principais fornecedoras da Apple -, assim como de diversas fábricas em Shenzhen.

A ação da Tesla, por exemplo, perdeu 3,64% depois que o presidente da empresa, Elon Musk, disse no domingo, por meio do Twitter, que tanto a Tesla quanto a sua companhia espacial, SpaceX, estavam vendo “pressão inflacionária significativa recentemente em matérias-primas e logística”, acrescentando que “não estamos sozinhos” ao ver estes efeitos.

Com Valor Pro, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.

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