Bolsas da Europa fecham em queda com inflação recorde na zona do euro

Sexta-feira começa com preocupação sobre inflação, energia e recessão nas bolsas da Europa

Confira o desempenho das bolsas europeias - Foto: Unspash
Confira o desempenho das bolsas europeias - Foto: Unspash

As bolsas da Europa estenderam suas perdas na última parte da sessão e fecharam em queda firme nesta semana em meio à preocupação cada vez maior com os impactos de economias desenvolvidas e com a pressão inflacionária, especialmente no velho continente, mais vulnerável à disparada dos preços de energia.

Após os ajustes, o índice Stoxx 600 fechou em queda de 1,58%, a 408,24 pontos. O índice pan-europeu caiu 19,51 pontos ou 4,56% nos últimos quatro dias de negociação e quatro das últimas cinco semanas.

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Entre as bolsas, a de Frankfurt recuou 0,02% a 12,741,26 pontos, enquanto a de Londres perdeu 0,62%, com 7.236,68. Em Milão, o FTSE MIB cedeu 0,66% a 22.110,89 pontos, enquanto em Paris, o índice CAC 40 teve queda de 1,31 6.077,30.

Inflação

A inflação na zona do euro saltou para outro recorde em agosto. O escritório de estatística da União Europeia, Eurostat, mostrou que a inflação ao consumidor (CPI) de agosto subiu 9,1%, no acumulado em 12 meses, enquanto na variação mensal a alta foi de 0,6%.

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A expectativa é a de que, em breve, o aumento dos preços atinja dois dígitos, antecedendo aumentos possivelmente mais fortes das taxas de juros pelo Banco Central Europeu.

Isso deve acontecer mesmo com uma recessão dolorosa, que parece cada vez mais certa.

Conforme apontou Jack Allen-Reynolds, economista sênior de Europa da Capital Economics, os dados finais de inflação de agosto confirmam que as pressões sobre os preços são muito fortes e amplas.

“Embora a inflação dos produtos energéticos e alimentares seja particularmente elevada, as medidas da inflação subjacente e interna também são fortes. Assim, o BCE precisará continuar subindo agressivamente as taxas de juros nas próximas reuniões”, disse, em nota.

Serviços e indústria puxam preços

Impulsionados pelo gás caro e uma seca forte, os preços ao consumidor subiram 9,1% em agosto, ante 8,9% no mês anterior e novamente superou as expectativas.

Embora o aumento dos preços dos alimentos e da energia não tenha sido surpreendente, o salto nos custos dos serviços e a inflação de 5% para produtos industriais não energéticos claramente preocuparão o BCE porque os altos custos estão agora se infiltrando em toda a economia, por meio dos chamados efeitos de segunda ordem.

De fato, o núcleo excluindo alimentos e combustível acelerou para 5,5% de 5,1% no dado harmonizado da zona do euro, enquanto uma medida ainda mais restrita, que também exclui álcool e tabaco, subiu para 4,3% de 4,0%.

“Agora esperamos que o BCE suba em 75 pontos base a taxa de juros na próxima semana, mesmo que as novas projeções de crescimento da equipe estejam se aproximando do cenário negativo”, disse Nordea em nota.

Vendas

Também nesta sexta-feira, os dados de varejo do Reino Unido mostraram um esfriamento maior do que o esperado, com o volume de vendas caindo 1,6% em agosto, ante julho, enquanto o projetado era um recuo de 1,4%.

“A nova queda é parte integrante da fraqueza mais ampla da atividade econômica. Isso sustenta nosso apelo de que o Reino Unido está nos estágios iniciais de uma recessão que durará até o segundo trimestre de 2023”, escreveu Kallum Pickering, economista sênior do Berenberg, em nota.

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