Bradesco eleva PIB para 1,5% e inflação para 7,5% em 2022

Banco vê uma recuperação do setor de serviços e do mercado de trabalho além das expectativas de início de ano

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Bradesco elevou sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2022 de 1% para 1,5%, argumentando que a atividade doméstica tem se mostrado mais resiliente do que o esperado. Para 2023, a expectativa foi mantida em 0,5%.

“Com dados até o início deste mês, o PIB demonstra sinais de aceleração em relação ao final de 2021, impactando, inclusive, a dinâmica da arrecadação fiscal e das contas públicas”, escreve, em relatório, a equipe liderada por Fernando Honorato.

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Os dados mostram uma recuperação do setor de serviços e do mercado de trabalho além das expectativas de início de ano, segundo o Bradesco.

“O Caged e a Pnad continuam registrando fortes números na geração de postos de trabalho, especialmente de empregos formais. Essa contribuição da formalidade tem impactado a massa de salários, com alta 1% no primeiro trimestre em termos reais e dessazonalizados”, observam. A massa de renda ampliada – que inclui, nas contas do Bradesco, salários, benefícios previdenciários, repasses governamentais e proteção social — subiu 3,7% no período.

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Influenciados por essa recuperação de segmentos de serviços associados às últimas flexibilizações das medidas de controle da pandemia e de uma indústria que apresentará resultado levemente positivo, os economistas do Bradesco revisaram de 0,5% para 1,3% o crescimento do PIB do primeiro trimestre de 2022.

A inflação, porém, também tem se mostrado mais resiliente e segue pressionada e disseminada, diz o banco. Diante de um ambiente de surpresas positivas com o mercado de trabalho, elevando os desafios de desinflação para o restante do ano, afirma, o Bradesco elevou sua projeção para IPCA em 2022 de 6,9% para 7,5%.

A estimativa de IPCA para 2023 foi mantida em 3,9%, “na expectativa de alguma queda nos preços de commodities”, diz.

Apesar da inflação, na esteira da melhora da ocupação, a renda ampliada também contará com a injeção de R$ 30 bilhões provenientes das liberações do FGTS, o que produzirá uma alta de 4,2% na massa ampliada disponível no segundo trimestre, calcula o Bradesco.

“A expansão do crédito bancário neste início de ano fornece suporte para a demanda no curto prazo, aliado a uma melhora marginal dos índices de confiança. Com base nessas evidências e nos indicadores da nossa Pesquisa Proprietária, projetamos um segundo trimestre com crescimento próximo de 0,3% na comparação trimestral”, diz o banco a respeito do PIB.

Nesse contexto, diz a equipe, os resultados fiscais de curto prazo seguem benignos. “A arrecadação tem surpreendido e esperamos um superávit primário de cerca de R$ 11 bilhões para o setor público consolidado”, afirma. Isso seria equivalente a 0,1% do PIB.

“O governo central deve apresentar um déficit de 0,7% do PIB, compensado pelo resultado dos governos regionais.”

Em síntese, o Bradesco vê um cenário desafiador para o Banco Central. “Após a última decisão do Copom [Comitê de Política Monetária] de elevar a Selic para 12,75% ao ano, o comitê expressou a possibilidade de promover outra alta de juros. Nosso entendimento é que o BC irá, agora, encerrar o ciclo de política monetária em 13,25%”, estima, acrescentando que esse patamar deve ser mantido “por um longo período”.

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