Bradesco sobe de 11,75% para 12,25% projeção para a Selic em 2023
O banco espera que a taxa de juros permaneça no nível atual pela maior parte de 2023, caindo apenas no final do ano
O Bradesco divulgou nesta quarta-feira boletim com revisão de PIB de 2022 de alta de 2,7% para 3%. Para o PIB do ano que vem a estimativa sai de crescimento de 0,5% para alta de 1%. O banco também revisou estimativas para inflação e taxa de juros básica. A projeção de IPCA para o ano que vem foi revisada de 4,9% para 5,1%. Para este ano foi mantida em 5,7%. A estimativa da Selic ao fim do ano que vem subiu 11,75% para 12,25%. A taxa de câmbio se mantém projetada em R$ 5,25 ao fim do ano que vem.
O boletim veiculado pelo banco destaca que, com a usual revisão das Contas Nacionais divulgada pelo IBGE, o nível do PIB entre 2020 e o segundo trimestre de 2022 ficou 1,1 ponto percentual acima do que o anteriormente estimado. Além disso, apesar do ambiente incerto dado principalmente pelas discussões sobre o arcabouço fiscal, a atividade econômica tem desacelerado apenas gradualmente neste fim de 2022.
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A definição da política econômica, incluindo a política fiscal e parafiscal, será o principal tema da economia brasileira em 2023, ressalta o boletim. “Por enquanto, há poucas definições, mas houve piora nas condições financeiras nas últimas semanas. Mesmo que a despesa pública se mantenha constante em relação ao PIB, a queda de receitas, os juros mais elevados e o menor crescimento econômico levarão a um aumento da relação dívida/PIB, o que demandará uma estratégia de reversão.”
Olhando para frente, diz o banco, o cenário é de desaceleração da atividade, mas alguns vetores vão contribuir para um crescimento em 2023 maior que o projetado anteriormente. O consumo das famílias, estima o Bradesco, deve crescer menos do que em 2022, mas ainda contribuirá de maneira positiva.
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“O mercado de trabalho mostra sinais de perda de fôlego, com um menor crescimento da população ocupada, em especial no mercado formal. No entanto, o aumento do salário mínimo e as transferências de renda são fatores que adicionam crescimento à massa de renda ampliada. Do lado da formação bruta de capital fixo, há ainda investimentos que estão maturando e irão compor o PIB do próximo ano.”
O cenário base do banco prevê um impulso fiscal menor para o ano que vem do que o de 2022. “Entretanto, vários indicadores sugerem que a economia opera com baixa ociosidade. Por isso, elevamos nossa projeção para o IPCA de 2023 de 4,9% para 5,1%. Esse número não contempla a reoneração dos impostos federais sobre combustíveis.”
A volta integral do PIS/Cofins, sobre esses produtos adicionaria cerca de 0,7 ponto percentual ao IPCA do ano que vem, calcula a equipe econômica do banco. “Acreditamos que a decisão sobre esse tema passará pelos níveis da taxa de câmbio, do preço do petróleo e pelos eventuais benefícios do aumento da arrecadação para a redução do déficit primário.”
Inflação e atividade em níveis maiores do que o esperado sugerem que a taxa de juros ficará em 13,75% ao ano por um período mais longo do que o previsto anteriormente, diz o boletim. O banco espera agora que a Selic permaneça no nível atual pela maior parte de 2023, caindo apenas no final do ano. A projeção atual é de que os juros terminarão 2023 em 12,25% ao ano.