Brasil deve esperar impacto de tarifaço dos EUA antes de decidir retaliar, defende Apex

Para o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, a implantação das tarifas dentro dos próprios Estados Unidos não será simples, já que tem potencial de afetar de maneira negativa fortemente as cadeias produtivas da economia americana

O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, defendeu que o governo federal “espere o desdobramento” da implantação das novas tarifas de importação anunciadas pelos Estados Unidos antes de tomar alguma decisão a respeito do tema.

Segundo ele, a implantação das tarifas dentro dos próprios Estados Unidos não será simples, já que tem potencial de afetar de maneira negativa fortemente as cadeias produtivas da economia americana.

“A posição do Brasil tem sido muito correta, de esperar o desdobramento de medidas”, disse em entrevista coletiva na sede da agência, em Brasília. “A economia americana depende desses produtos [importados] para produzir outros produtos para seus cidadãos.”

Trump anunciou tarifas de 10% para o Brasil

Ontem, o presidente Donald Trump anunciou “tarifas recíprocas” para produtos exportados por outros países para os Estados Unidos. No caso do Brasil, as tarifas são de 10%.

Viana afirmou que o “Congresso brasileiro foi muito ágil” ao aprovar a Lei da Reciprocidade Econômica, mas disse que espera que a retaliação comercial “não seja necessária”.

O presidente da ApexBrasil também acredita que não é o momento de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC).

“Precisamos ter posições anteriores a essas”, disse, elogiando a postura do governo brasileiro de privilegiar as negociações. “Tudo isso está em um segundo plano.”

Acordo do Mercosul com a União Europeia pode sair mais rápido

Ele ainda afirmou que, embora as tarifas possam acelerar a implantação do acordo entre Mercosul e União Europeia e atrair mais investimentos para o Brasil – por causa do aumento das incertezas na economia americana -, não enxerga “vantagem nenhuma quando o mundo pode piorar a sua relação comercial”.

“O Brasil não tem que focar em qual vantagem vai tirar disso”, afirmou, dizendo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é “multilateralista”. “O mundo inseguro e em conflito [comercial] é pior para todos, inclusive para o Brasil.”

A ApexBrasil é ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) e tem como objetivos “promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira”.

*Com informações do Valor Econômico

Leia a seguir

Pular para a barra de ferramentas