Brasil tem saldo positivo de 195 mil vagas com carteira assinada, diz Caged

Saldo de empregos segue positivo na comparação mensal, mas tem queda de 20,6%; pedidos de seguro desemprego batem recorde anual

Desempregado deve fazer a declaração do Imposto de Renda 2024? - Foto: Agência Brasília
Desempregado deve fazer a declaração do Imposto de Renda 2024? - Foto: Agência Brasília

O Brasil teve saldo positivo de vagas de emprego com carteira assinada em março, segundo dados do balanço mensal do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego na tarde desta quinta-feira (27). Subtraindo admissões com demissões, foram 195.171 contratações formais em março, ante 245.813 em fevereiro — uma queda de 20,6%.

De acordo com o Caged, o mercado de trabalho teve 2,16 milhões de novas admissões em março contra 1,97 milhão de desligamentos. Em fevereiro, o Caged registrou a criação de 1,96 milhão de novas vagas ante 1,72 milhão de demissões.

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Resultado de vagas de emprego no Brasil é o melhor para o mês

Conforme dados do Ministério do Trabalho, o estoque de empregos do Brasil no mês de março foi de 42,9 milhões.

No acumulado de 2023, calcula o Caged, houve 6.040.592 admissões contra 5.514.419 desligamentos. O saldo total do ano é positivo, de 526.173 vagas. O resultado é o melhor para o mês desde 2022, quando cerca de 136 mil vagas foram criadas.

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Pedidos de seguro desemprego atingem recorde

Destaque para os pedidos de seguro desemprego, que tiveram alta. O Caged de março aponta que, no período, foram realizados 683 mil pedidos para obter o benefício. Em comparação com fevereiro, houve uma alta de cerca de 22%.

É o maior número de requerimentos de seguro desemprego em 12 meses encerrados em março. No mesmo mês do ano passado, foram registrados 674 mil pedidos.

Segundo Paula Montagner, subsecretária de estatísticas do Ministério do Trabalho, ressaltou que o setor de serviços foi a categoria que mais criou empregos, com 122.323 novas vagas em março. Dentro da categoria, o destaque para saldos positivos foi do setor de educação, com 22.334 novos postos, devido à contratação de professores por uma parte do ano em municípios e estados. Saúde criou 14.214 postos de trabalho.

Um dos setores com fraco desempenho foi o agronegócio. A categoria teve “saldo negativo” de 332 vagas de emprego. Montagner afirma que as demissões prevaleceram porque o agronegócio está no final das safras de maçã, soja e laranja.

‘Pequena surpresa positiva’, diz ministro sobre Caged

Para o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, o resultado do Caged “veio com uma pequena surpresa positiva”.

De acordo com Marinho, o saldo é oriundo da retomada de obras de infraestrutura que, conforme ele, teve efeito antes do esperado. A movimentação em obras em Educação e Saúde devem ter impacto positivo nos dados do Caged no decorrer do ano.

“Serão 4 mil obras paradas que ainda não foram retomadas somente na área de educação. Devemos dar sequência ao pacote de R$ 75 bilhões para obras, como consta na PEC da Transição”, afirma Marinho se referindo à medida aprovada no final do ano passado.

“Estamos caminhando para final de abril com perspectiva de retomada para o mercado de trabalho brasileiro.”

Marinho faz pedido para que BC reveja juros

O ministro voltou a se posicionar sobre a taxa de juros, a Selic, definida pelo Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central. Na próxima semana, o comitê se reúne para decidir sobre o patamar da taxa, que se mantém a 13,75% desde agosto.

Marinho pediu pela redução dos juros. “Gostaria que colegas do Copom tenham a sensibilidade de enxergar economia do mesmo jeito que a maioria enxerga, portanto dando início a um processo de baixa de juros”, disse.

Nesse sentido, Marinho reclamou que a taxa de juros do Brasil “é a maior do mundo”, e que o índice atrapalharia a retomada da economia. “Pedimos a colegas do BC para acelerar o processo de retomada da economia, percebemos que inflação está sobre controle.”

Nova política de salário mínimo

O ministro parte para uma reunião com Lula e centrais sindicais. É deste encontro em que será anunciada a nova política do salário mínimo. “Ter uma boa política de salário mínimo é uma boa prática que nós haveremos de retomar”, afirmou o titular do Trabalho.

O projeto de lei com a nova base de valorização permanente do salário mínimo será protocolado no Congresso. O governo deve pautar a medida com tramitação em regime de urgência, buscando aprovação rápida da proposta.

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