BTG alerta que dólar pode ultrapassar R$ 6 em cenário de menor credibilidade fiscal e monetária

Diante da queda dos preços das commodities e das incertezas sobre a questão fiscal brasileira, o BTG Pactual passou a incorporar em seu cenário uma taxa de câmbio mais depreciada neste ano e no próximo e alerta para a necessidade de um maior compromisso com a sustentabilidade da dívida pública. “A implementação de medidas que […]

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Diante da queda dos preços das commodities e das incertezas sobre a questão fiscal brasileira, o BTG Pactual passou a incorporar em seu cenário uma taxa de câmbio mais depreciada neste ano e no próximo e alerta para a necessidade de um maior compromisso com a sustentabilidade da dívida pública. “A implementação de medidas que contornem o Orçamento ou a perda de credibilidade da política monetária pode levar o dólar a ultrapassar R$ 6,00.”

Em seu cenário central, porém, o BTG trabalha com o dólar a R$ 5,50 no fim deste ano, um aumento em relação à projeção anterior, de R$ 5,40. Já em relação à taxa de câmbio no fim de 2025, o banco elevou sua estimativa de R$ 5,50 para R$ 5,60.

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“Ações concretas que reforcem o compromisso do governo com a sustentabilidade fiscal podem levar o câmbio a patamares mais apreciados, próximos a R$ 5,20 por dólar”, diz a economista Iana Ferrão, responsável por setor externo no banco. Por outro lado, ainda a economista alerta que a moeda americana pode ultrapassar R$ 6,00 em cenários de perda de credibilidade monetária e fiscal.

Em relação a uma possível apreciação do câmbio doméstico, Ferrão cita o cenário externo, ao dizer que o real pode se beneficiar da redução da percepção de risco global diante do início do ciclo de flexibilização monetária do Federal Reserve (Fed), ao mesmo tempo em que os dados consolidam o cenário de “soft landing” (pouso suave) na economia dos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que a Selic começa a subir no Brasil.

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Ainda no relatório, em comentário sobre o cenário macro, o economista-chefe do banco e ex-secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, observa que o aumento da diferença entre a taxa de juros doméstica e os juros americanos pode ajudar na valorização do real e contribuir para um cenário mais benigno para inflação. “No entanto, uma valorização mais forte do real só acontecerá se ficar claro o compromisso do governo com o teto de gastos e, assim, medidas concretas para controlar o crescimento da despesa obrigatória forem adotadas”, alerta.

“Nessas circunstâncias, é possível que o ciclo de aumento de juros seja breve e que comece a ser revertido em meados do próximo ano e a taxa de juros Selic volte a se aproximar de um dígito ainda em 2025”, afirma Mansueto.

Para além de questões fiscais, a economista Iana Ferrão lembra que houve uma queda dos preços das commodities que pesaram sobre os termos de troca, da mesma forma que houve um maior volume de importações. “Os preços do petróleo tipo Brent e do minério de ferro diminuíram aproximadamente 16% e o da soja, 12%, em pouco mais de um mês”, diz. “Ademais, o crescimento do quantum importado tem surpreendido (vindo maior do que o esperado), na esteira das surpresas com o crescimento da demanda doméstica”, afirma.

Diante disso, Ferrão reforça na revisão de cenário do BTG que a depreciação da taxa doméstica de câmbio neste ano está mais relacionada a fatores domésticos, algo que já constava nas últimas revisões de cenário do banco.

*Com informações do Valor Econômico

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