BTG vê aumento ‘notável’ do apetite por risco e diz que eleição presidencial já começou

BTG diz que grandes gestores estão mais 'sensíveis e atentos' ao ciclo político, com eleições em 2026, que começou com mais de um ano de antecedência

Empresas citadas na reportagem:

Ao final de fevereiro, os investidores mostraram “uma ligeira inclinação” por “adicionar risco ao portfólio”. O sentimento do investidor foi captado pela pesquisa mensal do BTG feita com gestores de portfólio durante o CEO Conference.

Assim, 32% dos investidores disseram estar otimistas em relação às condições do Brasil. Dessa maneira, há uma mudança apenas marginal com relação aos 29% do mês anterior.

No entanto, o BTG notou uma mudança “notável” no apetite por risco. Nesse sentido, 49% dos investidores estão procurando adicionar risco à carteira, um avanço de 13 pontos percentuais em relação a janeiro (36%).

Disputa eleitoral mais longa

Além disso, o banco aponta como outra conclusão importante da pesquisa o fato de os gestores estarem mais “sensíveis e atentos” ao próximo ciclo político no Brasil.

“Esse assunto superou as preocupações fiscais como tema dominante, sugerindo que as pesquisas já estão influenciando os mercados”, diz o relatório do BTG sobre a pesquisa.

Isso mostra uma antecipação de mais de 12 meses na discussão eleitoral.

Em evento com jornalistas na semana passada, representantes da Anbima disseram que, geralmente, as eleições começam a fazer preço em maio do ano eleitoral.

Otimismo é tímido, mas favorece apetite por risco

Segundo o BTG, somente 31% dos gestores se mostraram otimistas com o país. Além disso, 9% se dizem muito otimistas.

A quantidade de otimistas e muito otimistas em janeiro era de 29% e 6%, respectivamente.

Então, a maioria dos gestores ainda se mantém neutra. Ou seja, 35% dos entrevistados ainda estão com alguma restrição com o País, “o que indica claramente que os níveis de convicção estão baixos”, diz o BTG.

Ibovespa

Além disso, há uma percepção positiva sobre o que o Ibovespa pode apresentar. “Os gestores estão começando a ganhar mais confiança em aumentar a posição, pois 45% estavam dispostos a isso (de 34% no mês passado)”, afirma o relatório.

Nesse sentido, a grande maioria considera o Ibovespa barato. Quase dois terços (62%) dos entrevistados consideram o IBOV subvalorizado. Outros 22% extremamente subvalorizado.

O setor favorito segue sendo o de serviços públicos, com 57% da preferência contra 37% no mês anterior.

Por outro lado, o setor favorito para posição “vendida” (short) segue sendo o  varejo, mas com números um pouco mais favoráveis ao setor. Anteriormente, 39% dos investidores apostavam na piora do setor. Agora, são 35%.

Leia a seguir