Caixa vai cobrar Pedro Guimarães por ressarcimento de R$ 10 milhões
Banco fechou acordo com a Justiça por dano moral coletivo em caso de assédio moral e sexual
A Justiça do Trabalho homologou o acordo por meio do qual a Caixa Econômica Federal se compromete a pagar R$ 10 milhões de dano moral coletivo devido a práticas de assédio moral e sexual dentro da empresa. Com isso, o processo judicial contra a instituição será encerrado.
Já a ação que tramita especificamente contra o ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães prossegue normalmente, em regime sigiloso. Procurada, sua defesa ainda não comentou.
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Ele deixou o banco no último ano após uma série de denúncias. Hoje, no âmbito criminal, Guimarães é réu, mas nega as acusações.
A atual presidente da Caixa, Rita Serrano, afirmou que o banco irá à Justiça contra o ex-dirigente para cobrar o ressarcimento do valor total do acordo.
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“A responsabilidade dessa situação foi causada por ele (Pedro Guimarães). Nada mais justo que ele ressarcir a Caixa das multas que o banco está causando por conta dessas ações de assédio comprovadas pelo MPT”, informou Rita Serrano.
Entenda o acordo
O acordo foi firmado entre o banco e o Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal (MPT-DF). O valor da indenização será revertido em doações para órgãos e entidades sem fins lucrativos.
A Caixa deverá implementar, em até 90 dias, uma Política de Prevenção e Combate ao Assédio Moral, ao Assédio Sexual e à Discriminação, fixando prazo de 30 dias para a análise da admissibilidade das denúncias e outros 180 dias para a apuração dos casos relatados.
Pelo acordo, a Caixa também fica obrigada a tornar pública, em seu Portal da Transparência, a quantidade de denúncias recebidas. Ficam proibidos atos de retaliação, coação ou constrangimento contra funcionários que denunciarem ou testemunharem casos de assédio.
As investigações em torno do caso levaram três meses. Foram ouvidas 38 testemunhas. “As vítimas relataram desde toques físicos em partes íntimas, sem consentimento, até convites constrangedores e punições em razão de recusa às investidas de Guimarães”, informou o MPT.