Ofensiva de Israel, desempenho dos Treasuries e taxação de fundos de alta renda: os assuntos para acompanhar na semana

A agenda dos próximos dias traz também dados da atividade econômica no Brasil e o PIB da China no terceiro trimestre

Míssil de Israel atinge área em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Foto: HATEM ALI/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Míssil de Israel atinge área em Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Foto: HATEM ALI/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

A valorização dos Treasuries, os títulos do Tesouro dos Estados Unidos que são considerados os ativos mais seguros do mundo, dominava as atenções dos agentes financeiros até o início do conflito entre Israel e Hamas no dia 7 de outubro. A deflagração da guerra, com o risco de escalada de tensões no Oriente Médio, aumentou a aversão a ativos de risco e trouxe ainda mais volatilidade aos mercados globais. O que esperar agora? A seguir, o calendário econômico da Inteligência Financeira destaca os fatos mais importantes para acompanhar nos próximos dias.

A resposta de Israel

O mundo acompanha os desdobramentos da ofensiva de Israel na Faixa de Gaza. Além da tragédia humanitária, já com milhares de mortos em razão dos atentados e bombardeios, o temor é que outros países da região sejam arrastados para o conflito. No âmbito econômico, a preocupação maior é com o potencial envolvimento de nações produtoras de petróleo, como Irã e Arábia Saudita.

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Um cenário geopolítico mais incerto aumenta o temor de menor oferta da commodity no futuro, o que favorece a disparada dos preços de derivados e pode chegar ao bolso das pessoas, com a gasolina e energia mais caras, entre outros produtos. Isso em um mundo em que as economias mais ricas estão com as taxas de juros elevadas justamente para conter a inflação.

Treasuries como proteção

Em um momento de aversão a risco global, os títulos do Tesouro americano funcionam como porto seguro para os investidores. O rendimento anual dos Treasuries, mesmo com uma leve desaceleração desde que a guerra estourou, segue perto de 5%. A tendência é que eles mantenham esse patamar ou até mesmo se valorizem um pouco mais, conforme a evolução do cenário.

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Por qual motivo? Pela chance de o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) aumentar mais os juros nas próximas reuniões. O processo desinflacionário lento lá alimenta essa previsão. Como a próxima decisão de política monetária do Fed ocorre apenas na virada do mês, o desempenho dos Tresurres continuará mexendo com as estratégias dos agentes financeiros.

E o que isso tem a ver com o Brasil? O colunista William Castro Alves, o estrategista-chefe da Avenue, explicou aqui na Inteligência Financeira como a dinâmica dos juros americanos afeta o mercado brasileiro.

Olhos na Câmara e no maior parceiro comercial

Na cena doméstica, o foco dos investidores na semana também estará na votação do projeto da tributação de offshores e fundos exclusivos. As lideranças querem apreciar o tema no plenário da Câmara entre terça (17) e quarta (18).

Para o governo, a votação da proposta é fundamental dentro dos planos de aumentar a arrecadação e fechar as contas no azul a partir do ano que vem. No lado dos investidores que podem ser atingidos pela tributação, uma mudança no texto original baixou de 10% para 6% a alíquota para quem antecipar para este ano a regularização do fundo e a cobrança do imposto que será criado.

Entre os indicadores, os destaques do calendário econõmico serão os dados referentes a agosto de volume de serviços (terça), varejo (quarta) e atividade econômica (IBC-Br, quinta).

Por fim, a China, o maior parceiro econômico do Brasil, informa na terça à noite o PIB do terceiro trimestre, além da produção industrial e das vendas no varejo de setembro. A reunião de política monetária do Banco Central do gigante asiático também esta prevista para a quinta.

Os ventos que sopram da economia chinesa atigem as grandes exportadoras nacionais, principalmente as siderúrgicas e mineradoras, como a Vale (VALE3). Então não deixe de conferir como andam as coisas por lá.

Calendário econômico – 16 a 20 de outubro

Segunda (16)

08h25: Boletim Focus (Banco Central)

Terça (17)

08h00: IGP-10 de outubro (Ibre-FGV)
09h00: Dados de agosto do setor de serviços no Brasil (IBGE)
09h30: Dados de setembro do varejo nos Estados Unidos
23h00: PIB do terceiro trimestre da China
23h00: Dados de setembro do varejo e produção industrial da China

Quarta (18)

09h00: Dados de agosto do varejo no Brasil (IBGE)
15h00: Livro Bege nos Estados Unidos

Quinta (19)

09h00: IBC-Br/Índice de Atividade Econômica de agosto no Brasil (Banco Central)
22h15: Reunião de política monetária do Banco Popular da China

Sexta (20)

Sem indicadores relevantes

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