O que explica a valorização do dólar agora? Campos Neto responde

Ele ressaltou que, para o BC brasileiro, o mais importante é ver como essa movimentação do câmbio afeta as expectativas

Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, fala com imprensa durante a apresentação do Relatório de Inflação no edifício sede do Banco Central do Brasil. Foto: Raphael Ribeiro/BCB
Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, fala com imprensa durante a apresentação do Relatório de Inflação no edifício sede do Banco Central do Brasil. Foto: Raphael Ribeiro/BCB

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira (28) que a recente valorização do dólar no mercado brasileiro (acima de R$ 5,00 novamente) está bastante relacionada ao fortalecimento da moeda norte-americana.

“É mais um movimento global do que local”, disse em uma resposta ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

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De acordo com ele, há interpretações a serem feitas, mas que é importante entender qual vai ser o desenvolvimento da história.

Na sequência, fez uma série de perguntas: a taxa de juros americana vai subir mais? O Federal Reserve (Fed) vai voltar a subir juro? É um movimento mais estrutural? Está relacionado com o fiscal?

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Campos Neto ressaltou que, para o BC brasileiro, o mais importante é ver como essa movimentação do câmbio afeta as expectativas.

Também respondendo a um questionamento do Broadcast, o presidente do BC disse esperar que o perfil dos novos diretores da autoridade monetária seja técnico.

Pela lei da autonomia, dois membros da diretoria colegiada têm seus mandatos expirados até o fim de dezembro.

“Não tenho mais o que falar sobre isso. É uma escolha do presidente (da República) e temos que aceitar”, disse.

Reunião com Lula

Roberto Campos Neto negou-se a comentar os detalhes da sua primeira reunião oficial com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrida na quarta-feira (27).

Segundo ele, ficou combinado entre eles e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de não comentar sobre o encontro.

Apesar disso, o presidente do BC disse que “concorda integralmente” com o que foi dito por Haddad após a reunião.

“Concordo integralmente com o relato de Haddad sobre a reunião com Lula.”

O ministro disse na quarta-feira, após o encontro, que os participantes não conversaram de tópicos específicos, e apontou a agenda como um encontro institucional, de “construção de relação” e de pactuação em torno de “conversas periódicas”.

Conforme Haddad, Lula deixou claro no encontro o respeito pela instituição do BC.

“E a reciprocidade foi muito boa por parte do Roberto. Foi conversa de alto nível”, disse Haddad. “Excelente, de trabalho, muito produtiva, cordial. Lula recebeu bem, conversa transcorreu muito bem”, acrescentou o ministro.

Com informações do Estadão Conteúdo

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