Campos Neto diz que em junho já queria sinalizar início de queda da Selic

Presidente do Banco Central repercutiu a surpresa do mercado com seu voto no começo de agosto para cortar os juros em 0,50 ponto percentual

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em sessão especial no Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em sessão especial no Senado. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que se surpreendeu com a reação do mercado financeiro a seu voto no Comitê de Política Monetária (Copom) de agosto, que definiu o primeiro corte da taxa Selic, de 13,75% para 13,25%.

Campos Neto desempatou os votos a favor de um corte mais forte, de 0,50 ponto percentual, contra 0,25 ponto percentual, que era a aposta majoritária do mercado.

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A declaração foi dada em entrevista em vídeo gravado para o Amarelas on air, da revista Veja.

O presidente do BC voltou a dizer que a divisão no Copom vinha da reunião anterior, em junho, quando parte do colegiado já via condições para sinalizar uma queda de juros no encontro de agosto, enquanto o outro grupo estava mais cauteloso, querendo ver maior evolução do processo desinflacionário e de redução das expectativas.

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Na entrevista, Campos Neto afirmou que havia dúvidas em junho sobre o desempenho dos núcleos de inflação e sobre a definição da meta inflacionária pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que, depois da reunião, resolveu mantê-la em 3,0% nos próximos anos.

Segundo o presidente do BC, o Ministério da Fazenda não tinha dito qual seria seu voto, mas ele acreditava que seria de 3,0%.

“No Copom de junho, eu estava entre os que defendiam que a porta (para corte) fosse aberta”, repetiu Campos Neto, lembrando que essa divisão no comitê foi o que causou ruído entre o comunicado e ata do Copom naquela oportunidade.

“No Copom de agosto, a divisão permaneceu mais ou menos igual, tanto que, quem queria manter a porta fechada votou por corte de 0,25 p.p. e quem achava que deveria deixar a porta aberta entendeu que diante do que tinha acontecido (inflação e meta), haveria espaço para corte de 0,50 p.p.”, completou.

Com informações do Estadão Conteúdo

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