Campos Neto repete que é importante perseverar na meta fiscal, mesmo entendendo dificuldades

Presidente do BC destacou que o mercado tem discutido a capacidade de o pacote de medidas lançado pelo governo para turbinar a arrecadação gerar receita suficiente para zerar o déficit

Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, fala com imprensa durante a apresentação do Relatório de Inflação no edifício sede do Banco Central do Brasil. Foto: Raphael Ribeiro/BCB
Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, fala com imprensa durante a apresentação do Relatório de Inflação no edifício sede do Banco Central do Brasil. Foto: Raphael Ribeiro/BCB

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, repetiu nesta quarta-feira, 18, considerar importante que o governo persevere para cumprir as metas fiscais – que incluem um déficit primário zero em 2024 -, mesmo enfrentando dificuldades.

“A gente tem dito que é importante perseverar na meta, mesmo entendendo a dificuldade”, comentou Campos Neto, durante evento organizado pelo Credit Suisse em São Paulo.

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O banqueiro central destacou que o mercado tem discutido a capacidade de o pacote de medidas lançado pelo governo para turbinar a arrecadação gerar receita suficiente para zerar o déficit, mas destacou que a aprovação das medidas é importante.

“Acho que é importante que o Congresso aprove essas medidas”, comentou o presidente do BC, acrescentando que a aprovação dessas medidas pode gerar uma percepção de melhora na situação fiscal.

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Campos Neto acrescentou que o debate fiscal tem aparecido com mais força nas discussões globais, em parte devido ao tamanho dos estímulos concedidos por países.

Segundo o presidente do BC, emergentes têm feito um trabalho melhor na política fiscal do que as economias desenvolvidas.

Aumento global dos juros

Campos Neto disse ainda que o aumento global dos juros parece estar relacionado a um componente de piora fiscal. Ele destacou que a percepção é de que os juros globais ficarão altos por mais tempo. “Estamos num período em que existe a percepção de que as taxas de juros internacionais serão maiores por mais tempo”, comentou. “Em parte, isso tem alguma coisa de fiscal.”

O presidente do BC destacou que o Credit Default Swap (CDS) dos Estados Unidos, usado como métrica de risco-país, tem uma piora relevante que parece estar relacionada com o risco fiscal. A piora de CDSs de países desenvolvidos também parece ter correlação com a política fiscal, afirmou.

Devido à piora fiscal mais aguda em países desenvolvidos, enquanto os países emergentes têm uma política fiscal “mais disciplinada”, o presidente do BC disse que pode haver uma mudança no diferencial entre juros neutros de emergentes e desenvolvidos.

Com informações do Estadão Conteúdo.

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