CNC prevê injeção de R$ 8,18 bilhões no turismo do país com Carnaval

Valor é maior do que no ano passado, mas menor do que no carnaval pré-pandemia; CNC justifica queda por 'contexto econômico'

Blocos carnavalescos de rua fazem a Abertura do Carnaval Não Oficial 2023; festa deve movimentar mais de R$ 8 bi. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Blocos carnavalescos de rua fazem a Abertura do Carnaval Não Oficial 2023; festa deve movimentar mais de R$ 8 bi. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O carnaval de 2023 vai movimentar R$ 8,18 bilhões no turismo brasileiro, segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgada hoje.

O valor é 26,9% superior ao do ano passado, mas está 3,3% abaixo do registrado em 2020, quando foi comemorado o último carnaval antes da pandemia. Naquele ano, a festa movimentou R$ 8,47 bilhões.

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No carnaval, bares e restaurantes devem movimentar R$ 3,63 bi

Neste ano, cerca de 85% da receita deve ser gerada por três segmentos: bares e restaurantes (R$ 3,63 bi), transporte de passageiros (R$ 2,35 bi) e serviços de hotelaria e hospedagem (R$ 890 mi). Os demais 15% se dividem entre empresas de lazer e cultura e outros segmentos, como aluguel de veículos e agências de viagem.

A CNC observa que em 2021 houve uma queda de 43% nas receitas relativas à festa devido às medidas de restrição de circulação de pessoas e suspensão das atividades de lazer em função da pandemia. Foi registrado um montante de R$ 4,82 bilhões à época.

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Em 2022, o faturamento foi de R$ 6,45 bilhões, 24% abaixo do patamar de 2020, antes da pandemia. Naquele período, a disseminação da variante ômicron levou ao cancelamento do carnaval em várias cidades do país, apesar da retomada parcial da movimentação em função da vacinação.

A entrada de turistas estrangeiros nos meses de fevereiro foi de 672 mil em 2020, 36 mil em 2021 e 254 mil em 2022. Os gastos foram, respectivamente, de US$ 478 milhões, US$ 211 milhões e US$ 359 milhões.

Contexto econômico pode atrapalhar carnaval, diz CNC

Segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o principal obstáculo ao restabelecimento das receitas ao nível pré-pandemia é o atual contexto econômico menos favorável.

“Os reajustes de preços de praticamente todos os segmentos, o aumento significativo da taxa de juros e o alto comprometimento da renda com dívidas fazem com que os gastos com lazer sejam comedidos, mas ainda assim consideravelmente maiores do que em 2021”, diz.

Viajar, por exemplo, está mais caro que no ano passado. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou alta de 23,53% nas passagens aéreas, em 2022. A hospedagem aumentou 18,21%, e os pacotes turísticos ficaram 17,16% mais caros. As três variações se projetaram acima do nível geral de preços, que subiu 5,79%.

Por outro lado, a demanda por serviços turísticos deve gerar oferta de 24,6 mil vagas temporárias no carnaval deste ano, segundo a CNC. São 9,4 mil postos a mais do que em 2021, mas 1,5 mil a menos que no último carnaval antes da pandemia.

A maior quantidade de vagas temporárias para os festejos ocorreu em 2014, quando a proximidade entre o evento e a Copa do Mundo estimulou a contratação de 55,6 mil profissionais.

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