Cena externa mexe com juro e dólar

Taxas subiram e moeda americana avançou 1,96%; Ibovespa teve alta de 1,11%

Foto: Pixabay
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O cenário internacional contaminou a performance dos ativos locais na sessão de ontem, após membros do Federal Reserve (o banco central americano) fazerem comentários duros tentando dissuadir a ideia de um Fed mais “dovish” (favorável ao afrouxamento monetário), que ganhou força após a decisão sobre os juros na semana passada.

A intensa volatilidade presente durante os negócios já havia dado as caras de manhã, à medida que cresceram as tensões geopolíticas entre Estados Unidos e China com a viagem da presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, à Taiwan, ilha que a China reivindica como parte de seu território.

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Com isso, o dólar fechou em firme alta, de 1,96%, sendo negociado a R$ 5,279 no mercado à vista. Já a taxa do contrato DI para janeiro de 2024 avançou de 13,27% para 13,295% na B3; e a taxa do DI para janeiro de 2027 avançou a 12,625%, de 12,48%.

A aversão global a ativos de risco até empurrou as taxas para baixo no início da sessão, mas o movimento foi revertido após a presidente do Federal Reserve (Fed) de São Francisco, Mary Daly, ter afirmado que o trabalho do banco central sobre a inflação “não está nem perto de terminar”.

Segundo o “trader” de juros americanos da RPS Capital, Joaquim Sampaio, alguns membros do banco central americano vêm buscando, nos últimos dias, desfazer a ideia de um Federal Reserve mais “dovish”, que ganhou corpo com comentários do presidente da instituição, Jerome Powell, após a última decisão do Fed.

“Teve um movimento de ‘stop loss’ [perdas máximas toleradas] de investidores que haviam apostado na queda dos juros após a decisão, com alguns discursos mais duros, em uma linha bem diferente daquela que Powell havia comunicado”, afirma o profissional.

Ao mesmo tempo, os agentes locais se preparam para a decisão de política monetária do Banco Central hoje. É praticamente consensual entre os participantes do mercado que o Copom eleve a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, mas os próximos passos da autoridade ainda são alvo de discordância entre os investidores.

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