‘Em dez anos, todos os ativos serão digitais’, diz CEO da Hashdex
Marcelo Sampaio acredita que a produtividade dos criptoativos tornará cada vez mais difícil para o status quo lutar contra

“Em dez anos ou mais, todos os ativos do mundo serão digitais”, disse hoje Marcelo Sampaio, CEO da gestora Hashdex, em evento organizado pelo Itaú Unibanco. Sampaio afirmou que é incomparavelmente mais barato fazer um ativo “tokenizado” do que estruturá-lo da maneira tradicional, de modo que o mundo dos criptoativos, na opinião dele, acabará sendo totalmente integrado pelo setor financeiro por seu mérito de garantir maior produtividade.
“É algo revolucionário, que consegue resolver qualquer problema com necessidade de massa crítica. O mundo das finanças descentralizadas é muito vibrante e é uma das ondas disruptivas que é difícil o status quo lutar contra”, argumentou. Para Sampaio, não há como resistir a um meio como o blockchain, que permite pegar um empréstimo em um segundo e por uma fração do custo que teriam os grandes bancos para operacionalizar a transação.
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Sampaio disse ainda que caberá às instituições financeiras o papel de trazer soluções que facilitem a integração de blockchains para possibilitar essa realidade em que todo ativo possa ser tokenizado. “O que eu acho, de uma maneira geral, é que o lado blockchain é muito complicado e caberá ao capital, aos bancos, criar inteligibilidade com o mundo técnico e o digital. Eu não consigo hoje tokenizar meu carro, mas o banco pode permitir isso sem que eu veja.”
Também presente no painel, que se chamava “O futuro do dinheiro: do Bitcoin ao CBDC”, Fábio Araújo, coordenador do programa de CBDCs do Banco Central, defendeu que a função do BC na criptoeconomia é ajudar a regular este ambiente para que os negócios possam se desenvolver. Falando sobre o real digital, iniciativa do BC para criar uma representação do real em forma de criptomoeda, Araújo destacou que hoje se utilizam stablecoins para facilitar a compra de ativos digitais, mas essas moedas privadas lastreadas em alguma divisa oficial possuem uma regulação frágil.
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“Estamos vivendo a transição para a economia tokenizada, e quando você tem o ativo digital de um lado, para fazer a operação financeira precisa ter um ativo digital do outro. O real digital é uma plataforma para unir estes dois mundos. Ele levará o ativo que as pessoas estão acostumadas a usar no dia a dia para este novo ambiente”, declarou.
Tanto Sampaio quanto Araújo comemoraram a aprovação do marco regulatório dos criptoativos no Congresso brasileiro, afirmando que o Brasil estaria tomando um papel de vanguarda no setor. “Acho admirável termos uma lei de criptoativos. O Brasil está cada vez mais assumindo uma liderança nesse setor mundialmente. Esse marco criminaliza o que tem que ser criminalizado e deixa claro quem vai regular isso, que é o Banco Central”, resumiu o CEO da Hashdex.
Por Ricardo Bomfim, do Valor Econômico