Citi vê chance de rali dos ativos brasileiros após eleições

Em relatório enviado a clientes, o Citi nota que o mercado começou a montar posições aplicadas nos juros futuros

Mercado hoje: atividade dos papéis na Bolsa de Valores brasileira, a B3, em São Paulo (Foto: Patricia Monteiro/Bloomberg)
Mercado hoje: atividade dos papéis na Bolsa de Valores brasileira, a B3, em São Paulo (Foto: Patricia Monteiro/Bloomberg)

No momento em que o posicionamento do mercado permanece leve tanto nos juros quanto no câmbio, os estrategistas do Citi veem chance de um rali dos ativos brasileiros após as eleições, ao terem em vista que uma fonte de risco seria eliminada. “O Brasil tem sido um dos poucos países que atende aos critérios para aplicar juros (apostar na queda das taxas): a inflação atingiu o pico e o Banco Central entregou a maior parte do ciclo de alta (na verdade, achamos que já acabou)”, notam os profissionais do Citi.

Em relatório enviado a clientes, o Citi nota que o mercado começou a montar posições aplicadas nos juros futuros, “mas as posições parecem leves, com os riscos globais ainda em cena”. Nesse sentido, os estrategistas do banco americano defendem que deixar as eleições para trás eliminará pelo menos uma fonte de incerteza, independentemente de uma vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em primeiro ou em segundo turno. “E, assim, acreditamos que os investidores estarão mais dispostos a aumentar as posições após o evento”, dizem. O Citi tem posições aplicadas no DI para janeiro de 2025 e espera que o desempenho do real supere o dos pares.

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Em relação ao mercado de câmbio, inclusive, os profissionais do Citi notam que o posicionamento no real é “leve”, o que sugere uma baixa convicção. Ao analisarem períodos anteriores, eles observam que, normalmente, é preciso de uma liquidação pré-eleitoral do real para obter um rali após as eleições. A moeda brasileira, porém, não se depreciou substancialmente antes das eleições. O Citi, porém, acredita que, neste ano, o período pós-eleitoral pode ser semelhante ao de 2010, quando o posicionamento do mercado no câmbio também estava “leve”.

Eles apontam, ainda, que mais ruído deve ser observado no próximo ano, quando começarão os debates em torno da política fiscal. “Achamos que pode haver uma janela para aplicar juros nos próximos meses. Dito isso, haverá um forte debate sobre a nova regra fiscal no próximo ano. Lula quer aumentar os gastos públicos e precisará de uma reforma tributária. Acreditamos que o ruído fiscal no próximo ano será alto, semelhante ao que vimos quando [o presidente Jair] Bolsonaro teve que aprovar a reforma da Previdência. Mas isso ainda está muito longe para o ‘trade’ dos mercados.”

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