CMN aprova medidas para bancos ‘amenizarem efeitos econômicos da calamidade pública’ no RS

Uma das medidas foi isentar do cumprimento do compulsório sobre depósitos de poupança as instituições financeiras que possuírem mais de 10% de sua carteira de crédito concedida para pessoas físicas residentes ou pessoas jurídicas estabelecidas nos municípios em estado de calamidade pública

Área afetada pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Área afetada pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Em reunião extraordinária hoje, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou medidas para dar aos bancos “melhores condições de atuar no sentido de amenizar os efeitos econômicos da situação de calamidade pública decorrentes dos eventos climáticos no Rio Grande do Sul”, afirmou o Banco Central (BC) em nota divulgada há pouco.

Uma das medidas aprovadas permite que as instituições financeiras não caracterizem como ativos problemáticos as reestruturações de exposições de crédito afetadas pela calamidade no Rio Grande do Sul e mantenham no nível observado em 31 de março deste ano a classificação de risco das operações de crédito renegociadas entre 1 de maio e 31 de dezembro em decorrência dos efeitos econômicos da catástrofe natural.

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Sem a mudança, as instituições financeiras que tivessem que renegociar as dívidas de pessoas e empresas afetadas pelas inundações enfrentariam uma elevação do provisionamento e da exigência de capital. “A consequência seria um desestímulo à oferta de crédito que poderia comprometer a capacidade de recuperação econômica dos agentes afetados pelo evento”, afirma o BC.

Outra medida aprovada na reunião de hoje foi isentar do cumprimento do compulsório sobre depósitos de poupança, pelo período de um ano, as instituições financeiras que possuírem mais de 10% de sua carteira de crédito concedida para pessoas físicas residentes ou pessoas jurídicas estabelecidas nos municípios em estado de calamidade pública.

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O montante estimado de liberação de compulsório é de R$ 8,3 bilhões, com efeito previsto para ocorrer no dia 27 de maio. “Trata-se de oferta de liquidez visando à manutenção do normal funcionamento da intermediação financeira”, explica o BC.

Em relação ao programa Proagro, o CMN decidiu que as vistorias técnicas necessárias para o pagamento das indenizações do programa poderão ser feitas com o uso de sensoriamento remoto e por meio de dados paramétricos da produtividade dos municípios. A mudança agilizará o pagamento de indenizações aos produtores rurais afetados pelas enchentes.

“O Banco Central monitorará continuamente o funcionamento da intermediação financeira na região, avaliando potenciais medidas adicionais, a fim de manter o funcionamento eficiente e a solidez do sistema financeiro”, diz a autoridade monetária, em comunicado.

Com informações do Valor Pro, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico

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