CNC: Intenção de consumo sobe 1,3% em novembro; Copa deve movimentar R$ 1,5 bi

Copa do Mundo entra em campo para estimular varejo no final do anol; alta inadimplência joga contra

Rua enfeitada para a Copa do Mundo. Foto: Adriano Machado/Reuters
Rua enfeitada para a Copa do Mundo. Foto: Adriano Machado/Reuters

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), subiu 1,3% em novembro ante outubro, para 89 pontos, informou há pouco a instituição. Na comparação com novembro do ano passado, o aumento foi de 21,3%, detalhou ainda a confederação.

Na prática, a proximidade de festas de fim de ano e Copa do Mundo, datas que estimulam vendas no varejo, levou ao resultado positivo. No caso da Copa, a entidade prevê que quatro em cada dez consumidores pretendem comprar produtos relacionados ao Mundial de Futebol, principalmente homens, jovens e de alta renda. A CNC estima movimentação de R$ 1,5 bilhão em vendas no varejo durante a Copa.

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Endividamento dificulta final de ano no azul

Dos sete tópicos usados para cálculo do indicador, cinco apresentaram aumentos na passagem de outubro para novembro. É o caso de emprego atual (0,3%); renda atual (1%); nível de consumo (3,1%); perspectiva de consumo (2,9%) e momento para duráveis (4,9%).

Em contrapartida, houve recuos, na mesma comparação, em perspectiva profissional (-0,5%); e acesso ao crédito (-0,2%). O nível de inadimplência no país atingiu níveis recordes em 2022. Em novembro, a proporção de famílias endividadas no cartão de crédito, 85,2%, teve um aumento de 7,4 pontos percentuais, a maior alta da série do levantamento feito pela CNC.

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Na comparação com novembro do ano passado, houve aumentos em todos os tópicos, em novembro desse ano. É o caso das altas observadas em emprego atual (25%); renda atual (29,7%); nível de consumo atual (27,1%); perspectiva profissional (25,8%); perspectiva de consumo (16,9%); acesso ao crédito (10,2%); e momento para duráveis (9,1%).

Para a CNC, o cenário macroeconômico, com inflação mais moderada nos últimos meses; bem como contínua geração de vagas de trabalho formal; e maior ritmo de transferência de renda na reta final de 2022, também explicam novo aumento da intenção de consumir das famílias.

Copa do Mundo do Catar

Já no caso da Copa, Iziz Ferreira, economista da confederação responsável pelo indicador, detalhou em nota sobre o ICF, que consultados em todas as capitais brasileiras, os consumidores pretendem gastar, em média, R$ 211,21 entre os principais produtos associados à competição.

Roupas, alimentos e bebidas são os itens preferidos para as compras durante o período: 14,9% buscam vestuários temáticos para adultos e crianças e 14,6% planejam consumir alimentos e bebidas em casa. No levantamento, 3,8% dos consumidores consultados afirmaram que pretendem adquirir televisores e smart TVs, detalhou a entidade.

“As estimativas da CNC mostraram que o segmento de móveis e eletrodomésticos, em que se incluem os televisores, deverá responder pela maior parte do faturamento do comércio em razão do evento (34% do total das vendas), mas os juros altos e o alto nível de endividamento com inadimplência crescente tendem a limitar o consumo desses itens mais dependentes do crédito e do parcelamento”, explicou Izis, no comunicado.

No levantamento da CNC, nos canais de compra, 71,3% dos torcedores buscarão os itens da Copa nas lojas físicas – uma queda de 12,5 pontos, referente aos 83,8% apurados no Mundial de 2018. A pesquisa sobre a Copa foi realizada com cerca de 18 mil consumidores em todas as capitais e no DF, entre os cinco últimos dias úteis de outubro e os cinco primeiros de novembro.

No entendimento da confederação, a Copa do Mundo é mais um motivo de impulsionar vendas, em novembro – sendo que o mês já conta com a Black Friday, período de promoções no setor.

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