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CNC: Intenção de consumo sobe 2,1% em outubro com alívio de preços sobre renda
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), subiu 2,1% em outubro, ante setembro, para 87 pontos, o nono crescimento consecutivo na série com ajuste sazonal. Na comparação com outubro do ano passado, o indicador avançou 18,9%.
Todos os sete tópicos usados para cálculo do indicador tiveram alta na comparação de outubro com setembro. É o caso de emprego atual (1,5%); renda atual (2,1%); nível de consumo atual (4,1%); perspectiva profissional (1,2%); perspectiva de consumo (2,5%); acesso ao crédito (1,9%); e momento para duráveis (2,1%).
Na comparação com outubro do ano passado, todos os tópicos também tiveram expansão. Nessa comparação, houve aumentos em emprego atual (25,1%); renda atual (28,2%); nível de consumo atual (22,3%); perspectiva profissional (25,3%); perspectiva de consumo (12,2%); acesso ao crédito (8,1%); e momento para duráveis (3%).
No informe sobre o indicador, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, destacou os resultados positivos, principalmente no tópico de consumo atual. “O resultado positivo de outubro da Intenção de Consumo das Famílias é produto da combinação da deflação com crescimento do emprego formal, das transferências de renda e da facilitação da contratação de crédito”, afirmou, no comunicado.
Esses fatores podem ter contribuído para melhoria de renda, esse mês, detalhou a entidade. No ICF, no total de consumidores entrevistados pela CNC, 31,8% avaliaram a renda atual como melhor do que no ano passado. Esse foi o maior percentual desde abril de 2020 (35,8%).
Satisfação com renda avança nas classes média e baixa
Entre as famílias de rendas média e baixa, informou a entidade, a satisfação com a renda atual avançou 2,4% em outubro ante setembro, acima das famílias consideradas mais ricas, que foi de 1,2%, detalhou a CNC.
Também no comunicado sobre o indicador, a economista da CNC responsável pela ICF, Izis Ferreira, comentou ainda que a melhora da avaliação da renda também foi favorecida por recuo recente na inflação, que pesa mais sobre as famílias com vencimentos menores, notou a técnica.
No informe da CNC, foram citados dados de inflação desagregada por faixa de renda, segundo recortes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Em setembro, de acordo com Ipea, ocorreu o terceiro mês seguido de redução de preços (-0,29%) para os consumidores nos grupos de rendas média e baixa, com maiores quedas em alimentos e bebidas (-0,11%) e transportes (-0,41%), segundo informações apuradas pela CNC.
“Apesar dessas reduções, a maior contribuição para a alta do IPCA no ano foi do grupo de alimentos e bebidas, um dos itens mais representativos nos orçamentos das famílias de renda baixa”, acrescentou a economista da CNC. Assim, para ela, os consumidores ainda se mantêm cautelosos, com idas mais frequentes aos supermercados e ampliação da busca por ofertas, comentou.
Acesso a crédito está mais fácil
Ainda de acordo com a técnica, as famílias continuam a usar crédito para compor consumo, em outubro. No ICF, os consumidores avaliaram que o acesso ao crédito está mais fácil – o indicador avançou 1,9% no mês, nas duas faixas de renda: acima de dez salários-mínimos mensais; e abaixo de dez salários-mínimos mensais.
No entanto, em um ano até outubro, esse tópico de acesso ao crédito cresceu em intensidade maior entre o grupo com rendas média e baixa, com expansão de 10,6%. Isso, segundo a economista, decorre porque, mesmo com o crédito mais caro em razão da alta dos juros, essas famílias têm contratado mais empréstimos como forma de sustentar o consumo, tanto que o endividamento tem crescido mais nesse grupo, disse.
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