Com queda nos preços de commodities e de combustíveis, prévia do IGP-M de setembro cai 0,80%

IGP-M tem deflação em 1ª prévia com início de desaceleração de alta de preços de alimentos

Foto: Rafael Henrique/Reuters
Foto: Rafael Henrique/Reuters

Com queda nos preços de commodities e de combustíveis, a primeira prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de setembro caiu 0,80%. É a segunda deflação seguida nesta prévia, já que recuou 0,88% em agosto, então a menor taxa desde outubro de 2021 (-0,91%), segundo os dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

A boa notícia do resultado é o início da desaceleração da alta dos preços dos alimentos, segundo o economista André Braz, responsável pelo índice no FGV Ibre, ainda que os resultados acumulados em 12 meses ainda se mantenham em patamar elevado.

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“A melhor notícia dessa prévia é o início da desaceleração dos alimentos. É claro que isso não vai dar mudar a realidade das famílias, já que os resultados em doze meses ainda estão elevados. Mas é um alívio que os preços parem de subir”, afirma ele.

Esse movimento reflete principalmente a desaceleração de grandes economias mundiais, como a chinesa e a europeia, que pesa sobre os preços de commodities, segundo Braz, embora possa também ter alguma influência do bom momento da safra.

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Nesse cenário de economia mundial mais fraca, explica, há expectativa de menor demanda por esses produtos, o que se vê agora especialmente nos preços no atacado, mas que pode se estender ao consumidor, diz.

“Vimos quedas nos últimos dias de soja, milho, trigo. Esse ritmo de desaceleração da economia mundial começa agora, mas pode virar até recessão. Vai levar algum tempo para as economias reagirem de novo e isso deve manter os preços de commodities em baixa, aumentando a chance de isso chegar no consumidor”, acredita Braz.

A deflação observada no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) se intensificou. O índice recuou 1,01% na primeira medição do mês (ante -0,86% na de agosto). Dentro do IPA, os preços de alimentação em geral caíram 1,28% (ante -0,28% na leitura de agosto).

Nos alimentos in natura, a queda de preços foi de -0,12% (ante -0,18% na 1ª leitura de agosto). Já em alimentos processados o índice caiu 1,55%, variação negativa mais intensa que os -0,30% de agosto.

Também na primeira prévia do IGP-M de setembro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) recuou 0,24% (ante -1,66% em igual período de agosto). O grupo alimentação caiu 0,18%, ante 0,36% em agosto.

A deflação foi puxada principalmente pelos alimentos consumidos em casa: o grupo gêneros alimentícios teve recuo de -0,60% (ante 0,20% no mês anterior). Já a alimentação fora do domicílio passou de 0,75% na primeira medição de agosto para 0,83% em igual leitura de setembro.

“Esses índices mostraram que a pressão inflacionária de alimentos pode recuar um pouco. Mas essa queda, ainda que seja bem-vinda, ainda é só o início de um processo”, nota.

Nos resultados em 12 meses, as altas de preços de alimentos seguem em patamar elevado. Dentro do IPC, os preços de alimentos acumulam crescimento de 12,23%.

No subgrupo gêneros alimentícios, a variação foi de 13,79%, enquanto na alimentação fora de casa foi de 8,61%. Já no IPA a alimentação em geral registra alta acumulada de 8,41% em 12 meses, sendo 17% em alimentos in natura e 6,57% em alimentos processados.

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