Como fica agora a expectativa para o início da queda dos juros nos Estados Unidos?

Agentes dão como certo que o Fed não vai começar o ciclo de relaxamento na reunião de março

Os juros nos Estados Unidos foram mantidos pelo Federal Reserve (Fed) no intervalo de 5,25% a 5,50%. Foto: Javier Ghersi/Getty Images
Os juros nos Estados Unidos foram mantidos pelo Federal Reserve (Fed) no intervalo de 5,25% a 5,50%. Foto: Javier Ghersi/Getty Images

Dados de inflação mais altos em janeiro, associados a um mercado de trabalho ainda bastante aquecido, empurraram as expectativas do mercado para o início da queda dos juros nos Estados Unidos de maio para junho.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA avançou 0,3% em janeiro ante dezembro, informou ontem o Departamento do Trabalho. O desempenho superou a mediana das estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de alta de 0,2%.

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Na comparação anual, o CPI subiu 3,1% em janeiro, desacelerando frente à alta de 3,3% de dezembro, mas ainda acima das expectativas, de 2,9%.

Já o chamado núcleo do indicador – que exclui itens voláteis como alimentos e energia – subiu 0,4% em janeiro e 3,9%, no ano.

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A surpresa com a inflação americana em janeiro esvaziou o apetite a risco nas Bolsas de Nova York, que fecharam o dia com quedas expressivas.

O índice Dow Jones recuou 1,35%, enquanto o S&P 500 teve baixa de 1,37%. Já a Nasdaq, que reúne as empresas de tecnologia, desabou 1,8%. Por conta do carnaval, a bolsa brasileira não funcionou ontem.

As chances de manutenção das taxas na próxima reunião do Fed, marcada para março, foram reforçadas e passaram a ser majoritárias também para o encontro de maio, mostra levantamento da plataforma CME Group.

CPI piora cenário

Assim, o mercado passou a apostar no primeiro corte nas taxas apenas em junho – probabilidade que chegou a 54,4% após o CPI de janeiro. “A aceleração (da inflação) será um fator que atrasará a decisão do Fed de começar a cortar as taxas para junho deste ano”, diz o Morgan Stanley, em relatório a clientes.

De acordo com o estrategista-chefe da corretora Avenue, William Castro Alves, o índice de moradia continuou sendo o principal vilão em janeiro, subindo 0,6% e contribuindo com mais de dois terços da alta no mês.

Alimentação também teve sua influência, enquanto energia atuou na contramão.

Para a consultoria britânica Capital Economics, o desempenho do núcleo do CPI serve de combustível para a narrativa de que “a última milha é a mais difícil” no combate à inflação.

“Os dados do CPI são um lembrete de que o caminho de regresso a uma inflação de 2% ao ano – meta do Fed – provavelmente terá alguns buracos”, reforçou o Wells Fargo.

Com informações do jornal O Estado de S. Paulo/Estadão Conteúdo

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