Consultoria vê inflação de 6,5% em 2022, Selic a 13% e chance de recessão no Brasil
MB Associados avalia que alimentos e transporte devem ficar mais caros, reflexo da guerra entre Rússia e Ucrânia
A MB Associados revisou sua projeção para inflação em 2022 de 5,8% para 6,5%, devido à aceleração maior em alimentos e transporte, reflexo da guerra entre Rússia e Ucrânia.
No curto prazo, o conflito deve provocar um choque de commodities em uma economia já muito inflacionada, diz o economista-chefe da MB, Sergio Vale. “O impacto no Brasil será marginal neste ano, mas mesmo assim relevante”, afirma.
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A projeção da consultoria para inflação de alimentos, por exemplo, passou de 6,8% para 7,5%. “Os produtos em que somos mais afetados, trigo e fertilizantes, justamente dois itens que importamos muito mais do que produzimos, tem consequências inflacionárias e talvez para a safra de verão, afetando o agronegócio mais em 2023 do que em 2022. Mas, claro, isso também depende do desdobramento da crise e a normalização dessas vendas, que serão importantes para os russos retomarem o quanto antes”, afirma Vale.
Com inflação maior, o Banco Central terá de manter as elevações de juros nas próximas reuniões em patamar acima do esperado, sugere Vale. “Mudamos a projeção de Selic no ciclo final de 12,25% para 13%”, diz.
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Mais inflação e juros significa menos renda e crédito e reforça a estagnação da economia neste ano, com riscos de queda de PIB, segundo o economista. “Não mudamos a projeção de crescimento ainda, mas reforçamos o call de 0% com chances elevadas de recessão”, afirma.
Com Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico