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Copom: 4 pontos para prestar atenção na última reunião de 2022
Na última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do ano, a ampla maioria dos participantes do mercado espera pela manutenção da Selic em 13,75%. Os detalhes em torno da comunicação da autoridade monetária, porém, são o principal destaque, após um período de estresse nos mercados financeiros diante da piora na percepção de risco fiscal.
Decisão
De 113 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor, a grande maioria (111 casas) acredita na manutenção da Selic em 13,75%. Apenas duas instituições projetam um aumento no juro básico. Essa perspectiva, inclusive, encontra apoio nos preços dos ativos. A curva de juros aponta para a manutenção da Selic nos níveis atuais e, no mercado de opções digitais, a aposta em uma taxa básica de juros parada está em 97%.
Projeções de inflação
Desde a reunião de outubro do Copom, o cenário prospectivo para a inflação sofreu algumas alterações. No boletim Focus, houve um movimento de alta nas expectativas inflacionárias deste ano e de 2023, em um movimento que deve se refletir também nas projeções do Banco Central. Nos cálculos dos economistas do Itaú Unibanco, as projeções do Copom para o IPCA devem subir ligeiramente ao longo de todo o horizonte relevante: de 5,8% para 5,9% neste ano; de 4,8% para 5,0% em 2023; e de 2,9% para 3,0% em 2024. Cabe apontar que esse cenário abarca uma Selic mais alta em 2023 e em 2024, de acordo com as mudanças que ocorreram no Focus.
Sinalização futura
Diante do nível elevado de incerteza local e externa, os agentes acreditam que a postura vigilante da autoridade monetária deve ser mantida no comunicado, com a intenção de que a convergência da inflação às metas seja alcançada. Além disso, os economistas acreditam que o Copom deve novamente indicar que não irá hesitar em retomar o ciclo de ajuste da política monetária caso o processo de desinflação não ocorra como esperado ou que haja uma nova rodada de desancoragem das expectativas inflacionárias.
Balanço de riscos
Em relação a esse item, há alguma discordância no mercado. Para parte dos agentes, é possível que o Copom verifique uma assimetria no balanço de riscos devido à piora na percepção de risco fiscal. Uma ala do mercado, porém, acredita que o BC pode ser mais duro e enfático ao caracterizar os riscos fiscais, mas espera que o balanço de riscos continue simétrico. Cabe apontar, ainda, que a aceleração dos salários e o mercado de trabalho bastante aquecido, com implicações, portanto, para as medidas de ociosidade na economia, podem se refletir na trajetória de desinflação esperada pelo Banco Central, o que deve ser levado em conta pela autoridade monetária.
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