- Home
- Mercado financeiro
- Economia
- Curva de juros ganha inclinação a partir da pressão dos Treasuries
Curva de juros ganha inclinação a partir da pressão dos Treasuries
Os juros futuros fecharam a quarta-feira (6) perto da estabilidade, com viés de queda até o trecho intermediário e de alta nos vencimentos de longo prazo. Os juros futuros reduziram o ímpeto de queda na etapa vespertina, quando a ponta longa passou a exibir viés de alta, na medida em que a curva dos Treasuries também mostrou deterioração durante o dia.
Indicadores de atividade nos EUA surpreenderam e chegaram a resgatar durante a sessão algumas apostas na alta de juros pelo Federal Reserve ainda este ano, que estavam adormecidas na semana passada. De maneira geral, a quarta-feira foi de oscilação contida nas taxas locais, refletindo ainda a pouca disposição do investidor para assumir risco antes do feriado nacional de quinta-feira, quando lá fora os mercados operam normalmente.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fechou em 10,62%, de 10,64% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2026 fechou estável em 10,30%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 10,53%, de 10,51% no ajuste de terça-feira, e a do DI para janeiro de 2029 passava de 10,98% para 11,04%. A do DI para janeiro de 2031 subia de 11,24% para 11,32%.
O desempenho dos Treasuries continuou servindo de referência para as taxas nesta quarta-feira de poucos destaques internos. O IGP-DI, com avanço de 0,05% em agosto, após redução de 0,40% em julho, ficou ligeiramente abaixo da mediana das estimativas, de 0,14%, mas sem força para mexer com a curva.
Os DIs estiveram em baixa pela manhã, alinhados à acomodação dos yields dos Treasuries, mas já no fim do período o movimento perdia fôlego, também espelhando o que acontecia com a curva americana. Começaram a tarde mais perto da estabilidade nos vencimentos de curto e médio prazo, enquanto a ponta longa já apontava para cima. O catalisador no exterior foi o crescimento do PMI de serviços nos EUA medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, em inglês) de 52,7 a 54,5 em agosto, maior leitura do indicador desde fevereiro e contrariando a previsão de queda para 52,4.
A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, lembra ainda que, além dos Treasuries, houve valorização do dólar na esteira dos indicadores nos EUA e a curva de juros voltou a precificar possibilidade de um aumento residual de alta de juros até o fim de 2023. “Ou seja, Fed Funds encerrando no patamar entre 5,50% e 5,75% que havia sido deixada de ser precificada na semana passada”, comentou.
Perto das 17 horas, porém, o mercado voltava apostar de forma majoritária na manutenção dos juros pelo Fed nos próximos encontros. Ainda assim, no fim da tarde, a taxa da T-Note de 2 anos voltava a cruzar a linha dos 5% e o retorno do papel de 10 anos estava próximo de 4,30%.
Outro fator de cautela é o feriado do Dia da Independência nesta quinta-feira, quando não haverá negócios na B3. “Isso deixa o mercado na defensiva, pois amanhã tem dados do mercado de trabalho norte-americano que podem mexer com os ativos, o que deixaria a reação no Brasil só para sexta-feira”, explica o economista da MAG Investimentos Felipe Rodrigo de Oliveira.
Com informações do Estadão Conteúdo
Leia a seguir