Powell não acredita que Fed vai cortar juros nos EUA em março

Banco Central americano manteve a taxa no intervalo de 5,25% a 5,50% pela 4ª vez seguida

A taxa de juros nos EUA está no maior patamar desde 2001. Foto: Reprodução/Twitter/@federalreserve
A taxa de juros nos EUA está no maior patamar desde 2001. Foto: Reprodução/Twitter/@federalreserve

Os juros nos EUA vão continuar no intervalo de 5,25% a 5,50%, na mais recente decisão do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), anunciada nesta quarta-feira (31).

Essa é a quarta manutenção consecutiva, o que sustenta a taxa no país no maior patamar desde março de 2001.

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Vale lembrar que esse nível foi atingido após 11 elevações, que começaram em março de 2022.

O movimento de subir os juros foi preciso para conter a disparada da inflação .

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Comunicado do Fed

Ao decidir pelo prolongamento do aperto, a autoridade monetária estadunidense destacou no comunicado que a economia do país expandiu em ritmo sólido.

Anteriormente, a avaliação era que a atividade estava desacelerando.

Para o Fed, os ganhos no emprego têm moderado desde o ano passado, mas seguem fortes.

Já a inflação, ainda que tenha baixado, permanece elevada, considera o BC americano.

Esses indicadores sustentam a decisão desta quarta, que já era esperada pelo mercado.

“O comitê não espera que seja apropriado reduzir os juros até ganhar maior confiança de que a inflação está a evoluir para a meta de 2%”, diz o comunicado.

Contudo, o Fed removeu do texto o trecho sobre uma possível necessidade de voltar a subir os juros nos EUA.

Coletiva de Powell

Após o anúncio e o comunicado, as atenções dos agentes financeiros estavam nas falas de Jerome Powell, presidente do Fed.

Sendo direto ao ponto, Powell sinalizou em linhas gerais que a discussão agora passa a ser quando os juros nos EUA vão começar a cair.

“Quase todos do Fed são a favor de cortar os juros neste ano”, disse.

Ele disse não crer que o ciclo de cortes pode iniciar em março, como aposta atualmente parte do mercado.

“Não acho provável que atinjamos esse nível de confiança.”

Mas deu uma pista sobre qual pode ser o momento adequado.

“Tivemos seis meses de bons dados de inflação, com expectativa de que isso siga.”

Mas é uma questão de saber se podemos aceitar isso com confiança de que estamos a avançar de forma sustentável para a meta de 2%”, comentou.

O debate, conforme as falas de Powell, está entre os risco de acelerar ou demorar muito para derrubar os juros.

“Reduzir cedo pode resultar numa inversão do progresso que temos visto para a inflação”, disse.

“Isso não significa que devemos esperar para ver a economia cair, porque será tarde demais”, completou.

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