Déficit dos EUA deve aumentar em 27% neste ano, para quase US$ 2 trilhões
A principal razão para o aumento foi o projeto de lei aprovado no Congresso que prevê US$ 95 bilhões para a Ucrânia, Israel e países da região do Indo-Pacífico
O déficit orçamentário dos Estados Unidos deve aumentar este ano em 27%, para quase US$ 2 trilhões, à medida que os novos financiamentos para Ucrânia e Israel aumentariam os gastos federais para níveis muito superiores aos previstos em fevereiro, informou hoje a nova previsão do Escritório de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla em inglês).
Segundo o CBO, que atua como uma entidade não partidária para fornecer dados econômicos e orçamentários aos políticos americanos, o déficit chegará a US$ 1,92 trilhão em 2024, ante US$ 1,69 trilhão em 2023. A nova estimativa é quase US$ 400 bilhões maior do que a estimativa de US$ 1,5 trilhões prevista em fevereiro.
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A principal razão para o aumento foi o projeto de lei aprovado no Congresso que prevê US$ 95 bilhões para a Ucrânia, Israel e países da região do Indo-Pacífico. Nos próximos 10 anos, espera-se que essa legislação adicione um total de US$ 900 bilhões aos gastos do governo.
Em relação ao PIB, o déficit dos EUA agora é visto aumentando, e não diminuindo, para o ano fiscal de 2024, que vai até setembro. A proporção é estimada em 6,7%, em comparação com a previsão de fevereiro de 5,3% e os 6,3% registrados em 2023.
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O CBO também estima um crescimento mais rápido e uma inflação mais alta para este ano, com o Federal Reserve (Fed) adiando a redução das taxas de juros até o primeiro trimestre de 2025, em comparação com o cronograma de meados de 2024 que o CBO havia previsto em fevereiro.
“Cada legislador — e candidato presidencial — deveria estar oferecendo soluções e se comprometendo a não contrair novos empréstimos, exceto para emergências reais”, disse Maya MacGuineas, presidente do Comitê para um Orçamento Federal Responsável, antes da divulgação do novos dados, segundo a “Bloomberg”.
O CBO também justificou o aumento do déficit pelo alívio de empréstimos estudantis do presidente Joe Biden, que adicionaram US$ 145 bilhões, e uma redução de US$ 70 bilhões no valor estimado que a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC, o fundo garantidor de créditos americano) irá recuperar dos pagamentos feitos para cobrir falências bancárias em 2023 e 2024.
Os déficits excessivos dos EUA também ocorrem apesar de uma aceleração na imigração que ajudou a aumentar o crescimento e as receitas. Essa dinâmica reduz os déficits totais em cerca de US$ 900 bilhões ao longo de uma década.
Com informações do Valor Econômico