Tesouro: Governo tem déficit primário de R$ 49,97 bi em agosto

Déficit primário é registrado quando despesas do governo superam as receitas, sem considerar o pagamento de juros da dívida pública

Foto: Getty Images
Foto: Getty Images

A Secretaria do Tesouro Nacional informou nesta quinta-feira (29) que as contas do governo federal registraram déficit primário de R$ 49,97 bilhões em agosto deste ano.

O resultado representa piora na comparação com o mês de julho, quando o saldo foi positivo e de R$ 18,86 bilhões (valor corrigido pela inflação).

Inscreva-se e receba agora mesmo nossa Planilha de Controle Financeiro gratuita

Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

O déficit primário é registrado quando as despesas do governo superam as receitas, sem considerar o pagamento de juros da dívida pública. Quando acontece o contrário, o resultado é de superávit.

O resultado divulgado nesta quinta-feira representa o segundo maior rombo nas contas do governo para meses de agosto, só perdendo para agosto de 2020, momento em que a pandemia da Covid-19 impactou o resultado e foi registrado déficit de R$ 114,56 bilhões (valor corrigido pela inflação).

Últimas em Economia

A série histórica tem início em 1997.

Em agosto de 2021, o resultado das contas do governo foi de R$ 9,07 bilhões de déficit, em valores nominais.

Motivos

O déficit nas contas do governo em agosto deste ano aconteceu apesar da forte arrecadação de tributos, que subiu 8,2% e atingiu R$ 172,3 bilhões, maior valor para o mês em 28 anos.

Por isso, o rombo em agosto é explicado pelo aumento das despesas:

  • aumento de R$ 13,3 bilhões nos pagamentos de benefícios previdenciários;
  • R$ 6,1 bilhões nas despesas de pessoal e encargos sociais;
  • R$ 6,2 bilhões em sentenças judiciais e precatórios;
  • aumento nas despesas obrigatórias com controle de Fluxo, em razão do acréscimo de R$ 7,5 bilhões no pagamento de benefícios do Auxílio Brasil;
  • aumento nas despesas discricionárias, em função da despesa de R$ 23,9 bilhões referentes ao acordo entre União e município de São Paulo pela posse do Campo de Marte.

Acumulado do ano

No ano até agosto, o Tesouro teve superávit de R$ 238,184 bilhões, a Previdência teve déficit de R$ 215,788 bilhões e o BC teve déficit de R$ 244 milhões. Assim, o governo central registrou superávit de R$ 22,151 bilhões.

No mesmo período do ano passado, o resultado foi de R$ 82,16 bilhões de déficit em valores nominais.

A meta fiscal para este ano prevê déficit de até R$ 170,5 bilhões, mas o governo federal projeta superávit de R$ 13,5 bilhões. Se confirmada a expectativa, será o primeiro ano com um saldo positivo das contas públicas do governo central desde 2013. A partir de 2014, o governo passou a registrar sucessivos déficits.

2023 será de déficit

Apesar do resultado positivo estimado para este ano, economistas avaliam que essa melhora é pontual, pois as contas voltarão ao vermelho em 2023.

O próprio governo admite isso.

Segundo a proposta de orçamento do ano que vem, enviada no fim de agosto ao Congresso Nacional, a estimativa é de um rombo de R$ 63,7 bilhões em 2023. A Lei de Diretrizes Orçamentárias autoriza fechar o próximo ano com déficit de até R$ 65,9 bilhões.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


VER MAIS NOTÍCIAS