Dirigente do Fed descarta cortes de juros nos EUA antes de meados de 2024

Raphael Bostic reiterou a mensagem de cautela nas próximas decisões de política monetária

Trader acompanha o desempenho do mercado de ações nos Estados Unidos. Foto: Brendan McDermid/Reuters
Trader acompanha o desempenho do mercado de ações nos Estados Unidos. Foto: Brendan McDermid/Reuters

O presidente do Federal Reserve (Fed) de Atlanta, Raphael Bostic, descartou a possibilidade de cortes nos juros americanos antes de meados de 2024. Em entrevista à CNBC, Bostic defendeu que os dirigentes precisam ser “cautelosos e resolutos” nas próximas decisões de política monetária, ecoando comentários do presidente do BC americano, Jerome Powell.

Para ele, a economia ainda está forte e deve manter tendência positiva no longo prazo, porém, os indicadores estão começando a “mover rumo à meta” de controlar a inflação. Bostic espera que a atividade econômica desacelere em breve, sem causar uma recessão e dando apoio para o processo de redução da inflação que, na visão dele, já está em andamento no país.

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Questionado sobre o nível neutro dos juros nos EUA, Bostic evitou dar uma previsão ou afirmar se o nível estaria mais alto. “Não sei se nível neutro aumentou nos últimos anos, mas é possível. Não temos como dizer qual será o nível nos próximos cinco anos”, comentou o dirigente. “Estamos apenas começando a repensar nossos frameworks e como economia funciona no pós-pandemia”.

Bostic também comentou brevemente sobre a recente volatilidade nos mercados financeiros, ao reiterar que o Fed não controla diretamente o mercado de títulos e que a recente escalada dos Treasuries está associada ao seu funcionamento dinâmico. Sobre a situação fiscal dos EUA, o dirigente preferiu não classificar a situação como insustentável e expressou confiança de que “o presidente Joe Biden e o Congresso conseguirão chegar a uma resolução” da dívida americana.

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Postura prudente

Presidente da distrital de Filadélfia do Fed, Patrick Harker repetiu acreditar que manter juros no nível atual é a postura prudente a se tomar. Ele falou que não houve uma mudança abrupta nos dados que o fizesse mudar de opinião, mesmo que os indicadores de setembro tenham vindo em maioria mais fortes do que ele esperava. O dirigente discursou em evento institucional na manhã desta sexta-feira (20).

Harker reiterou que não toleraria uma reaceleração da inflação, mas que também não vai reagir exageradamente a variações mensais normais nos preços. “A mecânica da economia não pode ser apressada. Aumentamos a taxa diretora em mais de 5 pontos porcentuais no período de pouco mais de um ano. Sabemos que os impactos desses aumentos podem ainda não ter sido totalmente absorvidos pela economia”, comentou.

O dirigente apontou mais uma vez que greves prolongadas, a retomada de pagamento de dívidas estudantis e eventos internacionais trazem seus efeitos econômicos respectivos, embora não se saiba ainda a sua dimensão. “Precisaremos ver os dados.”

Harker também falou sobre as condições bancárias. Ele frisou que os níveis de capital dos bancos continuam adequados no distrito de Filadélfia, que abrange Pensilvânia, sul de New Jersey e Delaware. “O setor bancário permanece forte e não foi amplamente afetado pela turbulência bancária da primavera (local)”, disse.

Com informações do Estadão Conteúdo

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