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Dirigentes do Fed reforçam: Luta contra inflação ainda é longa e juros seguirão altos por período extenso
Diretor do Federal Reserve (Fed) e membro permanente do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), Christopher Waller afirmou nesta quarta-feira (8) que seu cenário-base é de uma “longa luta” contra a alta inflação nos EUA, o que pedirá por um período de juros altos mais longo do que “alguns esperam no momento”.
Durante a Conferência do Agronegócio de 2023 da Universidade do Estado do Arkansas, o dirigente disse que não vê nos dados a rápida desaceleração inflacionária que alguns agentes do mercado preveem. “Precisarei ver uma moderação contínua na inflação antes que minhas perspectivas mudem”, afirmou Waller.
Um dos pontos que preocupam Waller é o mercado de trabalho americano, que segue muito apertado e com uma demanda robusta que supera a oferta. Atualmente, há 1,9 vaga disponível para cada trabalhador desempregado nos EUA, taxa que era de 1,2 antes da pandemia de covid-19.
A forte procura por trabalhadores no mercado de trabalho tem aumentado os salários, o que por sua vez pressiona o consumo das famílias para cima, em um momento em que o Fed tenta reduzir a demanda na economia para esfriar a inflação.
“Queremos ver os salários crescerem, mas em um ritmo consistente com nossa meta de preços estáveis”, declarou Waller em seu discurso. Segundo ele, o crescimento salarial “excessivo” pode ser um fator que aumente a inflação no futuro.
‘Novas altas de 0,25 ponto percentual’
O presidente da regional do Fed de Nova York, John Williams, disse que o mercado de trabalho e a demanda nos EUA seguem extremamente fortes e que o banco central americano tem mais trabalho a fazer para equilibrar oferta e demanda.
Porém, considerou que muito trabalho já foi feito e que, no atual estágio, os juros já estão em território levemente restritivo e que a melhor opção seriam realizar altas de 0,25 ponto percentual nas próximas reuniões. “Podemos caminhar em um ritmo mais lento à medida que nos aproximamos do pico das taxas de juros”, disse ele, durante evento do “The Wall Street Journal”.
O membro do Fed alertou, contudo, que a política terá que ficar em terreno suficientemente restritivo por alguns anos para que a inflação recue e volte para a meta de 2% ao ano.
Williams disse também que o cenário inflacionário ainda é muito incerto com a demanda subjacente ainda forte, crescimento dos salários acima do nível consistente com a meta de inflação de 2% e com forte demanda por serviços. “A inflação de bens está caindo mas ainda há um longo caminho à frente”, disse.
Segundo ele, se os preços de serviços seguirem firmes, os juros terão que subir mais. Williams sugere que a taxa final fique em torno de 5% a 5,25%.
Pouso suave?
O forte resultado do ‘payroll’ de janeiro combinado com o crescimento mais moderado dos salários aumentaram as esperanças de um “pouso suave” na economia dos EUA, já que o Fed segue com seu aperto monetário e mantém o mercado de trabalho aquecido, afirmou o membro do conselho do Fed, Lisa Cook, em evento.
Cook disse que o Fed está determinado a devolver a inflação à meta de 2% com novos aumentos nas taxas de juros, mas “acredito que isso pode ser feito sem um grande aumento no desemprego”, segundo a agência “Reuters”.
Cook participou de evento organizado pelo Joint Center for Political and Economic Studies, um think tank de Washington focado em questões importantes para a comunidade negra.
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