Discurso de Lula em reunião anima? Economistas dizem que é preciso mostrar prática

Encontro com os 37 ministros serviu como arrumação após início de semana turbulento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva coordena a primeira reunião ministerial de seu governo, no Palácio do Planalto.  Foto: José Cruz/Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva coordena a primeira reunião ministerial de seu governo, no Palácio do Planalto. Foto: José Cruz/Agência Brasil

A busca por um alinhamento entre os tons dos ministros e também uma conciliação entre os Poderes foi o destaque da organizada pelo presidente Lula e que agradou ao mercado, que segue, porém, atento para ver se a teoria será colocada em prática. Essa foi a avaliação de economistas ouvidos pelo Valor na manhã desta sexta-feira.

Na avaliação de Fabrizio Velloni, economista-chefe na Frente Corretora, a fala de Lula agrada ao mercado, mas é preciso ver como será na prática. “Uma fala que tenta conciliar mais com a oposição, porque ele sabe que vai precisar dela para conseguir aprovação de medidas”, diz.

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Outro ponto destacado por Velloni no discurso de Lula foi a descentralização das exportações. O presidente defendeu que o país exporte produtos de mais valor agregado e não dependa tanto de produtos como minério de ferro e soja.

Para Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos, mesmo com os ajudando a dar o movimento mais otimista para os ativos brasileiros, o que pesou mais hoje foi o cenário doméstico. “O peso foi mais interno, porque quando o mercado viu que o Lula estava realmente buscando alinhar os discursos e conter as falas mais contenciosas, acabou se destravando um movimento de recuperação, até porque esses comentários dos últimos dias acabaram pegando nos ativos, vimos o dólar disparar.”

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Beyruti apontou que até aqui o novo governo tem se mostrado mais parecido com o observado na gestão de Dilma Rousseff (PT), com sinalização de mais intervenção. “Mas também quando o mercado se estressou muito, eles buscaram algum tipo de solução”, ponderou. “O discurso melhorou, mas agora precisamos ver essas palavras se tornando ações. Vamos entender isso melhor nas próximas semanas, sobre qual vai ser o viés desse novo governo.”

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