Dólar baixo e inflação menor impulsionaram receita do varejo em janeiro, diz IBGE

Sete das oito atividades do varejo tiveram alta nas receitas em janeiro na comparação com dezembro; IBGE lista inflação menor e dólar baixo como motivos

Pressão inflacionária menor e dólar mais baixo impulsionaram varejo em janeiro. Foto: Roberto Moreyra/O Globo
Pressão inflacionária menor e dólar mais baixo impulsionaram varejo em janeiro. Foto: Roberto Moreyra/O Globo

Base de comparação baixa, pressão inflacionária menor, dólar mais baixo, deflação em tecidos e vestuário, e promoções de verão ajudam a explicar alta de 3,8% do varejo em janeiro, na avaliação do gerente geral na avaliação do gerente da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), Cristiano Santos. A divulgação da pesquisa foi realizada nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ante dezembro, o índice registrou aumento de 5 pontos percentuais.

O crescimento de 3,8% das vendas em janeiro ocorreu após uma queda acumulada de 3,5% nos dois meses anteriores (-0,7% em novembro e -2,8% em dezembro). Em outubro, a variação foi de 0,2%, que é classificada como estabilidade pelo IBGE, por estar dentro da margem de erro da pesquisa.

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Sete das oito atividades do varejo crescem em janeiro

“Parte desse 3,8% vem dessa base mais baixa, desse último trimestre em queda. Ainda há um saldo positivo na passagem de dezembro para janeiro, mas é pequeno”, afirmou Santos.

Conforme o IBGE, sete das oito atividades comerciais do varejo retornaram com taxas positivas na receita em janeiro de 2023 ante dezembro de 2022:

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  • Tecidos, vestuário e calçados (27,9%),
  • Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (7,4%),
  • Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,3%),
  • Outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,0%),
  • Combustíveis e lubrificantes (1,5%),
  • Móveis e eletrodomésticos (1,3%)
  • Livros, jornais, revistas e papelaria (0,6%)

Somente o setor farmacêutico, médico, ortopédico e de perfumaria registrou retração ante dezembro, de -1,2%.

Entre os outros componentes que contribuem para o resultado, Santos citou pressão inflacionária menor, dólar mais baixo (encerrou janeiro 3,88% menor que em dezembro), deflação na atividade de tecidos, vestuários e calçados — houve queda de 0,27% dos preços de vestuário em janeiro, pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — e promoções de verão.

Aumento de renda e pressão inflacionária menor

“As duas forças para a alta em janeiro vieram da atividade de hiper e supermercados, com alta de 2,3%, e tecidos, vestuário e calçados, com ganho de 27,9%. O segmento de supermercados tem a ver com aumento da renda e uma pressão inflacionária menor que nos meses anteriores. No caso de tecidos, vestuário e calçados, houve deflação na atividade. Isso também ajuda e o segmento teve um crescimento muito forte, de 27,4%, e os preços nas lojas dessas atividades caíram. Há promoções de verão nessa época”, disse.

A inflação para o setor de alimentos desacelerou e ficou estável segundo padrões do IBGE, com avanço de 0,05% em março, ante alta de 0,16% em fevereiro.

No varejo ampliado, dois setores que tiveram índices calculados em janeiro seguiram em direções opostas. A receita de comércio de veículos e motos, partes e peças acumulou queda de 0,2%, enquanto a de materiais de construção avançou 2,9%.

Santos destacou, ainda, que o dólar menor ajudou a impulsionar o segmento de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, que tiveram alta de 7,4% em janeiro após quedas de 3,2% em novembro e 0,5% em dezembro.

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