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Dólar no mercado paralelo bate novo recorde histórico na Argentina
A cotação do dólar no mercado paralelo (blue) da Argentina passou na quinta-feira da barreira dos 400 pesos — praticamente dobrando seu valor nominal em um ano. A cotação paralela funciona como um termômetro da economia do país, já que grande parte da poupança é dolarizada no mercado informal.
A alta histórica da moeda americana ocorre um dia antes da divulgação da inflação de março, ampliando as especulações de que a alta deve ser maior do que preveem os analistas do mercado. Em fevereiro, o índice mensal chegou aos 6,6% elevando a inflação anual para 102,5%.
Analistas ouvidos pela mídia argentina também apontam como razão da alta do dólar a situação das reservas líquidas do Banco Central — que chegou ao nível mais baixo em vários meses — a incerteza política diante das próximas eleições, em outubro.
Para tentar aliviar a escassez de dólares, o ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, anunciou na semana passada um pacote que incentiva a revenda de dólares por parte de exportadores agrícolas, pela cotação de 300 pesos — acima do câmbio oficial de 214,68, registrado na quinta-feira.
Em Buenos Aires, operadores do mercado paralelo chegaram a vender a moeda por 406 pesos, antes de o BCRA sangrar um pouco mais de suas reservas e vender US$ 332 milhões. No fechamento, a cotação do blue na capital ficou nos 400 pesos.
Os economistas argentinos esperam que o índice de preços ao consumidor nesta sexta-feira atinja os 7% em março — um número que, se confirmado, elevaria a taxa de inflação para mais de 20% somente no primeiro trimestre deste ano.
No mesmo período, o dólar blue avançou 14,16%, ou 49 pesos em três meses.
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