Dólar encerra sessão em queda com nova intervenção do BC, alívio sobre fiscal e ajuda externa

O dólar à vista exibiu depreciação firme contra o real na sessão desta sexta-feira. Mais uma vez o Banco Central realizou intervenções no mercado de câmbio, em meio a maior volatilidade devido à escassez comum da moeda no fim do ano. Além disso, algum alívio no prêmio de risco fiscal deu margem para a recuperação da moeda brasileira, em dia em que o ambiente externo também é favorável, com indicadores nos Estados Unidos mais fracos do que o esperado pelos agentes financeiros.

Terminadas as negociações, o dólar à vista exibiu desvalorização de 0,81%, cotado a R$ 6,0719, depois de ter encostado na mínima de R$ 6,0477 e na máxima de R$ 6,1138. O euro comercial terminou perto da estabilidade, em queda de 0,04%, a R$ 6,3400. No exterior, perto das 17h20, o índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, recuava 0,73%, aos 107,618 pontos.

Desde o início da sessão, o dólar exibiu desvalorização. Na leitura de um operador de câmbio, as negociações continuaram marcadas pela volatilidade mais alta, característica de um mercado com escassez de dólares. Pela manhã o BC injetou US$ 3 bilhões no mercado à vista, na sétima intervenção em uma semana, enquanto realizou também leilões de linha, as chamadas vendas com compromisso de recompra, no total de US$ 4 bilhões.

O banco espanhol BBVA diz em relatório sobre as perspectivas para 2025 que o real foi a moeda com pior desempenho em 2024, apesar da ação do BC neste fim de ano, “à medida que as preocupações fiscais aumentaram, fazendo com que os mercados locais entrassem em espiral [de piora] e, em alguns casos, mostrando sinais de dominância fiscal, em que um compromisso de maior aperto monetário parece sair pela culatra e até mesmo requerer intervenção cambial”.

Ainda segundo o banco, as perspectivas fiscais brasileiras continuam a se deteriorar e as taxas mais elevadas pressionam o crescimento e a dívida. “Os cortes de gastos anunciados pelo governo decepcionaram e provavelmente serão insuficientes para cumprir o quadro fiscal em 2025”, diz. “Sinais mais claros podem ser necessários para estabilizar os mercados locais e o real.”

Na avaliação do banco, os fluxos de dólar para o país continuam sendo fundamentais para o desempenho do real. “As taxas de juros em níveis elevados e subindo fornecem suporte de ‘carry’, mas podem prejudicar as ‘valuations’ e fluxos dos ativos, pesando para o real”, afirma.

Na parte de fundamentos, o BBVA diz que um déficit em conta corrente facilmente financiado, com diversidade nas exportações que impulsionam o crescimento, deve continuar sendo um apoio para o real. “No entanto, os riscos da dinâmica de dominância fiscal continuam a aumentar e podem exigir soluções adicionais para evitar mais movimentos desordenados da moeda e do mercado local.”

*Com informações do Valor Econômico

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