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Dólar fecha em R$ 4,66 na sexta-feira (1) e renova mínima de dois anos
O dólar comercial fechou em R$ 4,6668, em baixa de 1,94%. A divisa recuou até R$ 4,6623 no que foi o menor nível do dia e, também, desde 13 de março de 2020, início da pandemia, quando chegou a ser negociada a R$ 4,6445. No acumulado da semana, recuo foi de 1,68%
“Creio que seja mais do mesmo. O mercado está continuando a reverberar o juro mais alto e o fluxo para Brasil por causa das commodities… O câmbio tinha uma resistência a R$ 4,70, o que chamava comprador no mercado, mas agora furou de vez essa barreira e a tendência é ir para baixo mesmo”, diz o diretor de câmbio da FB Capital, Fernando Bergallo. “Vejo o dólar de equilíbrio a R$ 4,50. Isso era algo previsível, a dinâmica dos juros é o que dá o tom do câmbio, esse é o ‘driver’.”
O vigor das commodities, das quais o Brasil é grande exportador, e o diferencial de juros do país com o exterior têm sido vistos por analistas como os principais fatores que explicam uma taxa de câmbio mais apreciada. Na avaliação da Kinea Investimentos, o Brasil emerge como um dos principais beneficiários da “arrumação” dos ativos financeiros globais no mundo pós-guerra, principalmente pela sua posição de exportador de matérias-primas, pela alta da Selic e o relativo isolamento aos impactos negativos do atual conflito na Ucrânia.
A visão da gestora controlada pelo Itaú Unibanco é de que ainda pode haver um “longo caminho pela frente” na valorização de ativos domésticos, como bolsa e real, devido aos “valuations [múltiplos] ainda bastante descontados”. A Kinea afirma que continua alocada na renda variável local e com posições compradas (que apostam na alta) do real, que já ganha cerca de 16% em 2022.
Após a incorporação da apreciação recente do real às suas contas, o BTG Pactual passou a projetar uma taxa de câmbio a R$ 5 por dólar para o fechamento de 2022. Mas os analistas do banco ainda esperam um aumento da volatilidade a partir de maio e uma janela de depreciação da moeda no segundo trimestre para um patamar acima das suas expectativas para fim de ano.
“Em anos eleitorais, reconhecemos que o câmbio fica ainda mais volátil no segundo e terceiro trimestre”, afirmam os profissionais de macro e estratégia da instituição financeira, em relatório mensal.
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