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Dólar fecha no menor nível em um mês após tom duro do Copom
O câmbio doméstico apresentou uma nova rodada de valorização nesta quinta-feira, com o real entre as moedas de melhor desempenho no dia, ao receber suporte do tom conservador adotado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e do corte de 0,5 ponto percentual nos juros efetuado ontem pelo Federal Reserve (Fed). O alargamento do diferencial de juros tem dado apoio à moeda brasileira já nas últimas sessões, o que levou o dólar à sétima sessão consecutiva de queda no mercado local e ao menor nível em um mês contra o real.
No fim do pregão no mercado à vista, o dólar era negociado a R$ 5,4241, em queda de 0,70%, afastado da mínima do dia (R$ 5,3958). Já o euro comercial encerrou o dia cotado a R$ 6,0545, em baixa de 0,22%.
“Esse movimento veio muito pelo cenário externo, pela percepção de que o banco central americano iria começar a cortar suas taxas mais forte, o que, de fato, ocorreu”, diz Jorge Dib, sócio e gestor da Galapagos Capital. “Como começou o desmonte dos juros nos EUA, somado a um novo ciclo de alta de juros aqui, sem dúvida nenhuma o aumento do diferencial joga a favor do real.”
Ainda para o gestor da Galapagos, hoje o real se tornou a “moeda que sobrou” entre os emergentes, dados os problemas idiossincráticos dos mercados pares do Brasil. “No Leste Europeu e na Ásia, os juros estão muito baixos ainda. Turquia e Argentina não são ‘players’ agora; Rússia é ‘ininvestível’; a China não tem juros [altos]… Então, o que sobra são México e Brasil. Mas, no México, a situação também tem ficado mais ruidosa por conta dos eventos políticos recentes”, observa Dib.
Para o gestor, caso não haja nenhuma surpresa com os dados americanos, há uma janela que pode beneficiar o real. Diante dessa perspectiva, o Brasil tende a voltar a ser um destino de fluxos estrangeiros, ainda que seja algo de curto prazo, avalia o gestor da Galapagos. “Dentro dos ativos do Brasil, um que gostamos hoje é o real”, diz Dib, ao revelar que abriu posição na moeda contra o dólar na última semana. “O real é uma das moedas mais líquidas entre emergentes, então é uma moeda convidativa para atrair fluxos mais rápidos, da mesma forma que sai rápido se precisar.”
Ainda na avaliação de Dib, há uma precificação já bastante forte sobre corte das taxas na curva de juros americana. “Eventualmente, o mercado pode até subir os juros mais longos nos EUA, e isso talvez possa frear a busca pela moeda brasileira, embora a direção seja de apreciação do real no curto prazo.”
A percepção é de que o momento é de uma perspectiva de real mais forte não apenas contra o dólar, mas também frente a outras moedas pares, como o peso mexicano. O gestor da Galapagos diz ainda não ter posição neste sentido, comprado em real e vendido em peso, mas tem se interessado por essa estratégia.
*Com informações do Valor Econômico
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