Dólar fecha em queda de 1% ante o real de olho em eleições e exterior

A moeda brasileira registrou o terceiro melhor desempenho entre as 33 principais divisas globais do mundo

Neste semestre, o dólar sofreu uma queda de 9,27%, a maior em sete anos. (Foto: Pixabay)
Neste semestre, o dólar sofreu uma queda de 9,27%, a maior em sete anos. (Foto: Pixabay)

Confirmando a tendência observada desde a abertura dos negócios, o dólar encerrou hoje em queda firme ante o real, sendo negociado a R$ 5,2175 (-1,08%) no mercado à vista. Além do ambiente externo favorável, o quadro doméstico também ajudou a sustentar a moeda brasileira nesta quinta-feira, com os investidores monitorando as últimas pesquisas de intenção de voto para a corrida presidencial no segundo turno, que vêm mostrando uma disputa mais apertada entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nesse cenário, a moeda brasileira acabou registrando o terceiro melhor desempenho entre as 33 principais divisas globais do mundo, ficando atrás apenas do sol peruano e do florim da Hungria. Na mínima do dia, o dólar comercial atingiu os R$ 5,1929. Já ao fim da sessão, o dólar futuro para novembro recuava 1,02%, para R$ 5,2280.

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A divisa americana teve hoje um desempenho fraco no mercado externo, perdendo contra a maioria das demais divisas globais. Próximo das 18h, o índice DXY, que mede a força do dólar ante uma cesta de seis divisas principais, operava em queda de 0,14%, aos 112,829 pontos. Frente aos pares emergentes, a moeda americana recuava 0,50% ante o peso mexicano; 0,38% ante o rand sul-africano; e avançava 0,44% ante o peso chileno.

O vento favorável do exterior somou-se ao noticiário político doméstico. “Apesar da arrefecida no mercado externo ao longo da tarde, a agente acabou valorizando, com questão política”, comenta o diretor de tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt. “O movimento [do real] está sendo amplificado por conta do estreitamento da diferença entre o Lula e o Bolsonaro”, diz.

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Ontem, a pesquisa Datafolha divulgada após o fechamento dos negócios mostrou o petista com 49% das intenções totais de voto contra 45% do atual presidente — o que corresponde a um empate técnico no limite da margem de erro.

Com esses números, “o mercado está apostando na possibilidade de virar a eleição”, avalia Luciano Sobral, economista-chefe da Neo Investimentos. “O mercado tem mais afinidade com Guedes, por isso a possibilidade de uma continuidade acaba sendo algo visto como positivo.”

Analisando o comportamento do real ao longo do ano, o gestor macro da AZ Quest, Gustavo Menezes, avalia que “a questão eleitoral acaba sendo apenas um fator adicional para o real”, diz. “O comportamento da nossa moeda desde o começo ano é melhor ante o dólar e demais moedas”, comenta. No ano, o dólar acumula queda de 6,41% contra o real.

“Como previmos há algum tempo, o real está se beneficiando do trabalho do BC [Banco Central], que fez uma correção de rumo bem intensa com os juros, na frente de outros bancos centrais, principalmente de países desenvolvidos, colocando a moeda brasileira em situação de vantagem”, diz. “Então, mesmo se a moeda brasileira simplesmente ficasse parada, isso já teria um retorno vantajoso colhendo os benefícios do alto diferencial de juros.”

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