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Dólar recua e estende perdas às vésperas de Fed e Copom
O dólar comercial exibe mais uma dia de depreciação contra a moeda brasileira. Operadores até esperavam algum ajuste e correção de excessos, após quatro sessões de desvalorização e um dia antes das decisões de juros do Federal Reserve e do Banco Central, mas por enquanto o dólar segue em queda. A perspectiva de que a Selic irá subir em meio ao corte de juros nos Estados Unidos, estendendo o diferencial das taxas, pode estar beneficiando a moeda brasileira, segundo avaliação de profissionais de câmbio.
Perto das 13h15, o dólar comercial era negociado em queda de 0,14%, cotado a R$ 5,5024, depois de ter encostado na mínima de R$ 5,4868 pela manhã. Já o euro comercial exibia depreciação de 0,25%, cotado a R$ 6,1166. No exterior, o índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, avançava 0,18%, aos 100,946 pontos.
A sessão de hoje começou com dólar mais fraco, estendendo a desvalorização recente, observada nas últimas quatro sessões. Nem mesmo dados acima do consenso nos Estados Unidos reverteram a direção do câmbio por aqui. No exterior, o índice DXY até recuava pela manhã, mas passou a subir, à medida que dados indicaram força do varejo e da indústria americana.
Na avaliação de operadores de câmbio, o que continua servindo como principal “driver” do câmbio brasileiro é a perspectiva de que haverá um alargamento no diferencial dos juros brasileiros e americanos. Mas profissionais veem tal valorização como algo mais pontual e não como uma valorização direcional e estrutural do câmbio.
Nesse sentido, na abertura de carta mensal sobre o cenário macroeconômico brasileiro, o economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida, faz um alerta, dizendo que o aumento da diferença da taxa de juros doméstica em relação à taxa de juros dos EUA pode ajudar na valorização do real e contribuir para um cenário mais benigno para a inflação. “No entanto, uma valorização mais forte do real só acontecerá se ficar claro o compromisso do governo com o teto de gastos e, assim, medidas concretas para controlar o crescimento da despesa obrigatória forem adotadas”, diz.
No mesmo documento, a economista Iana Ferrão diz que “ações concretas que reforcem o compromisso do governo com a sustentabilidade fiscal podem levar o câmbio a patamares mais apreciados, próximos a R$ 5,20 por dólar”. Por outro lado, a economista alerta que a moeda americana pode ultrapassar R$ 6 em cenários de perda de credibilidade monetária e fiscal. Para este ano, o banco revisou sua projeção de dólar de R$ 5,40 para R$ 5,50, enquanto para o ano que vem subiu de R$ 5,50 para R$ 5,60.
*Com informações do Valor Econômico
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