Dólar recua pela 6ª sessão seguida em dia de corte de juros do Fed

O dólar comercial amargou mais uma sessão de desvalorização frente ao real. Foi a sexta queda seguida. Pela manhã, a moeda americana já recuava, mas a depreciação ganhou intensidade após o Federal Reserve (Fed) anunciar um corte de 0,50 ponto percentual nas taxas de juros americanas. Apesar do recuo, no fim das negociações, o dólar […]

Mudanças no site e redes sociais apresentam novo posicionamento, e trazem conteúdo focado na jornada individual do investidor
Mudanças no site e redes sociais apresentam novo posicionamento, e trazem conteúdo focado na jornada individual do investidor

O dólar comercial amargou mais uma sessão de desvalorização frente ao real. Foi a sexta queda seguida. Pela manhã, a moeda americana já recuava, mas a depreciação ganhou intensidade após o Federal Reserve (Fed) anunciar um corte de 0,50 ponto percentual nas taxas de juros americanas. Apesar do recuo, no fim das negociações, o dólar ficou distante das mínimas observadas no dia, uma vez que o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, foi bastante cauteloso em seu discurso, evitando reforçar um tom mais “dovish” (favorável a juros mais baixos).

Assim, com o mercado à vista encerrado, o dólar comercial exibiu desvalorização de 0,47%, cotado a R$ 5,4626, depois de ter encostado na mínima de R$ 5,4126 e tocado na máxima de R$ 5,4965. Já o euro comercial teve queda de 0,53%, a R$ 6,0681. Perto do fechamento, o real apresentava um dos melhores desempenhos do dia, da relação das 33 moedas mais líquidas. O real avançava 1,25% ante o peso mexicano, 0,62% contra o peso chileno e 0,03% frente ao peso colombiano. Já o índice DXY avançava 0,13%, aos 101,022 pontos.

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A sessão de hoje começou mais uma vez com dólar fraco, estendendo a depreciação da moeda americana observada nas últimas cinco sessões. A avaliação entre operadores era de que, após a forte depreciação do câmbio doméstico nos últimos meses e com redução das apostas na valorização do real, criou-se espaço para posições favoráveis à moeda brasileira. Diante disso, o aumento do diferencial de juros vem reforçando o ambiente favorável para o real.

O trader de câmbio da Principal Claritas, Rodrigo Cabraitz, lembra que o real tinha uma posição bem leve nos últimos meses, principalmente depois do desmonte de estratégias de “carry-trade” em agosto por conta da valorização do iene japonês. “Vimos nas últimas sessões o investidor estrangeiro olhando com mais atenção para o real, principalmente fundos mais quantitativos. Mas acaba sendo um posicionamento mais tático. Há um apetite pelo real, mas é algo pontual”, afirma.

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Desde o começo de agosto até o fechamento de ontem, a posição vendida em dólar e comprada em real (aposta na valorização da moeda brasileira) pelo investidor institucional brasileiro subiu de US$ 4,6 bilhões para US$ 9,6 bilhões, segundo dados da B3 sobre o mercado de derivativos, que englobam dólar futuro, dólar mini, swap e cupom cambial (DDI). Já a posição comprada em dólar pelo investidor estrangeiro alterou menos, saindo de US$ 75 bilhões para US$ 71,5 bilhões na última sessão.

“Para se tornar algo estrutural, precisamos ter um arrefecimento da economia americana sem gerar recessão e um esforço fiscal no Brasil, além de uma política monetária responsável”, afirma Cabraitz, da Principal Claritas.

Uma das preocupações em torno do real costuma ser a volatilidade. Ainda que o diferencial de juros aumente, a oscilação maior do que a dos pares acaba limitando o retorno da moeda. No começo deste ano, o câmbio até apresentava volatilidade mais contida, mas nos últimos meses houve uma piora neste sentido. Cabraitz, porém, observa que houve um aumento global da volatilidade do mercado de câmbio. “Não foi um fenômeno exclusivo do Brasil. Até porque os pares também apresentaram questões idiossincráticas que elevaram a volatilidade neste último mês. Basta observar as moedas do México e do Chile”, diz. “Fora isso, um benefício extra do real está no fato de que devemos ser o único país que vai voltar a subir os juros.”

Hoje, pela sexta vez seguida, o dólar teve queda, mas apesar disso a moeda americana encerrou a sessão distante da mínima do dia. O otimismo com o corte de juros nos Estados Unidos foi amenizado com comentários do dirigente do Fed, Jerome Powell. O chefe da autarquia disse que o BC americano não está atrasado e que, embora o corte das taxas tenha sido forte, não significa um indicativo de ações futuras. Para a sessão de amanhã, os agentes devem ficar de olho na decisão do Copom de hoje. Um tom cauteloso e um discurso unificado entre os integrantes do colegiado pode dar suporte adicional ao real.

*Com informações do Valor Econômico

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