Dólar sobe quase 3% na semana com piora na percepção de risco local

O câmbio doméstico enfrentou um dia de forte pressão nesta sexta-feira, após uma semana em que o real se firmou como um dos desempenhos negativos ao redor do globo. A preocupação renovada dos participantes do mercado com os rumos da política fiscal seguiu no centro das atenções e fez com que, na máxima do dia, […]

Mudanças no site e redes sociais apresentam novo posicionamento, e trazem conteúdo focado na jornada individual do investidor
Mudanças no site e redes sociais apresentam novo posicionamento, e trazem conteúdo focado na jornada individual do investidor

O câmbio doméstico enfrentou um dia de forte pressão nesta sexta-feira, após uma semana em que o real se firmou como um dos desempenhos negativos ao redor do globo. A preocupação renovada dos participantes do mercado com os rumos da política fiscal seguiu no centro das atenções e fez com que, na máxima do dia, o dólar chegasse a R$ 5,65. O mau humor perdeu um pouco de fôlego na segunda etapa dos negócios, mas, ainda assim, o real anotou um dos piores desempenhos da sessão em um dia majoritariamente positivo para moedas de mercados emergentes.

O dólar encerrou os negócios no mercado à vista em alta de 0,50%, negociado a R$ 5,6146, maior nível em um mês. Na semana, a moeda americana subiu expressivos 2,92%. Já o euro comercial fechou o pregão desta sexta-feira cotado a R$ 6,1386, ao anotar uma valorização de 0,48% no dia e de 2,52% na semana.

Inscreva-se e receba agora mesmo nossa Planilha de Controle Financeiro gratuita

Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

Com o mercado já bastante sensível em relação ao noticiário fiscal, novas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil voltaram a afetar os ativos domésticos, o que levou o dólar à máxima da sessão, de R$ 5,6534. O mercado, assim, reagiu negativamente às promessas de mais gastos, no momento em que a preocupação dos agentes em torno da trajetória futura da dívida pública tem se mostrado maior a cada dia, especialmente diante de uma piora na composição da dívida ao longo deste ano.

“A história da isenção do IR é potencialmente bombástica, diante do possível impacto que isso teria nas contas públicas. O problema é que isso alimenta o mercado em termos negativos. As narrativas de que, potencialmente, a segunda metade do governo seria mais leniente no lado fiscal são alimentadas e, sinceramente, o fiscal vai mandar na inflação nesse caso. Não tem monetário que aguente”, avalia o estrategista de um grande banco em condição de anonimato. Para ele, “está difícil” ter um gatilho de melhora sustentável para os mercados locais do lado doméstico.

Últimas em Economia

Ontem, os ativos domésticos já exibiram um desempenho pior em relação ao exterior, sobretudo no mercado de juros, na medida em que seguem sob pressão. E, na semana, o real exibiu um dos piores desempenhos entre todas as moedas frente ao dólar. Relatos de saída de capital estrangeiro da renda fixa, com venda de títulos prefixados de longo prazo, circularam nas mesas de operação e se somaram ao momento negativo do fluxo de capital não residente para o mercado acionário, o que sugere um movimento adicional de saída de dólares via conta financeira.

“O real ficou muito atrás no que parece ser um desmonte de posições compradas em real adicionadas recentemente. A frustração com o estímulo da China e o ruído em torno das isenções tributárias estão entre os motivos para a desvalorização”, avalia o estrategista-chefe para mercados emergentes do Deutsche Bank, Drausio Giacomelli, que, no entanto, vê algum espaço para alívio no câmbio doméstico, ainda que de forma contida, ao esperar que o “carry trade” com o aumento do diferencial de juros prevaleça sobre o risco fiscal.

“Novas iniciativas fiscais provavelmente permanecerão em uma ordem de magnitude menor do que as ações tomadas pelo atual governo em seu início”, argumenta Giacomelli. Além disso, para ele, a recente deterioração no posicionamento técnico no mercado de câmbio “é pequena” e vem de um ponto de partida “muito leve”. Na avaliação do Deutsche, o dólar pode voltar a ficar abaixo de R$ 5,50 ao longo do tempo.

*Com informações do Valor Econômico

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


VER MAIS NOTÍCIAS